Enquanto os criadores se planejam para o início da estação de monta com a volta das chuvas, programada para retornar entre os meses de setembro e outubro, uma parte deles está em plena execução do manejo reprodutivo. Esse é o caso de quem faz a estação de monta invertida. Quem falou sobre o assunto no Giro do Boi desta segunda, dia 17, foi o médico veterinário e mestre em reprodução animal João Barbuio, gerente técnico da MSD Saúde Animal.
“A estação de monta invertida é uma interessante ideia de expor as vacas em um momento diferente do tradicional. Qual é o momento tradicional? Geralmente as estações de monta têm início a partir de outubro, novembro […] e vão até março. No caso da estação de monta invertida, alguns pecuaristas lançam mão desta alternativa para iniciar a monta das vacas em maio. Então seria maio, junho e julho”, apresentou.
O especialista destacou os benefícios que o manejo traz ao criador. “Neste contexto da estação de monta invertida, qual é a vantagem? Nós podemos ter dois períodos de estação de monta dentro da mesma fazenda, no mesmo ano, sendo a estação de monta invertida começando em maio, por exemplo, e a tradicional começando em novembro. E, consequentemente, a gente tem dois momentos de nascimento de bezerros dentro da propriedade. É importante frisar que no aspecto de bezerro, considerando a saúde de bezerro, a estação de monta invertida é muito interessante porque se eu exponho as minhas vacas em maio, junho e julho, esses bezerros nascerão em fevereiro, março e abril, que é uma época do ano que já diminuiu o volume de chuvas e o desafio sanitário dos bezerros é menor. É uma época do ano em que nós temos menos diarreias, é uma menos fotossensibilização, mais popularmente conhecida como requeima, então é uma alternativa interessante”, comentou.
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Mas o produtor também tem desafios como consequência da mudança. “Entretanto, eu preciso alertar um ponto de atenção muito fundamental na estação de monta invertida. Ao mesmo tempo que ela é importante e interessante para o bezerro, para a vaca nós temos um maior desafio porque nós sabemos que maio, junho e julho são os meses do ano de menor qualidade das pastagens. Então é fundamental que se faça um planejamento nutricional para essas matrizes para que elas não percam peso durante esse período e atinjam o resultado esperado na IATF na reprodução”, ponderou.
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Em todo caso, conforme observou Barbuio, no caso de o produtor optar pela IATF, o protocolo a seguir é igual ao utilizado na estação de monta convencional. “Não muda. É exatamente o mesmo protocolo. […] Nós, da MSD Saúde Animal, temos mais de 200 técnicos espalhados em todo o Brasil e todos capacitados para poder auxiliar o pecuarista neste planejamento, de modo que os resultados obtidos na estação de monta invertida, caso seja essa a intenção do pecuarista, sejam garantidos e sejam bons. Então vocês podem procurar os nossos consultores de pecuária espalhados pelo Brasil todo, com certeza eles terão muito prazer em poder contribuir neste sentido”, assegurou.
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Veja pelo vídeo a seguir a entrevista completa concedida por João Barbuio ao Giro do Boi desta segunda-feira, dia 17:
Foto ilustrativa: Kadijah Suleiman / Reprodução Embrapa