A Embrapa Cerrados celebrou seu cinquentenário com uma emocionante solenidade em Planaltina (DF), no dia 3 de julho. Assista ao vídeo abaixo e confira.
A unidade, criada em 1º de julho de 1975, é um pilar no cenário agropecuário do Bioma Cerrado, hoje um celeiro global de alimentos.
Mais de 200 pessoas, entre empregados, colaboradores e convidados, se reuniram para homenagear o trabalho de equipes de pesquisa e parceiros que tornaram essa transformação possível.
Ao longo de cinco décadas, a Embrapa Cerrados tem se dedicado ao desenvolvimento de sistemas de produção sustentáveis, equilibrados com o meio ambiente. A unidade promove ações de pesquisa, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia.
O foco é ampliar o conhecimento e garantir o uso racional dos recursos naturais do Cerrado, uma das maiores fronteiras agrícolas do mundo.
Soluções que moldaram o Cerrado
Em 50 anos, a Embrapa Cerrados disponibilizou centenas de soluções tecnológicas que revolucionaram a agropecuária da região.
Entre elas, destacam-se cultivares de soja, mandioca, milho, cana-de-açúcar, café, trigo, cevada, seringueira e frutíferas, todas adaptadas ao bioma. Na pecuária, foram desenvolvidas genéticas e sistemas de produção para bovinos de corte e leite, com ênfase na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
A Unidade também trouxe inovações em nutrição e manejo animal, além de recomendações para conservação e uso dos solos e recursos hídricos. As tecnologias de correção de acidez e fertilidade dos solos foram cruciais.
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático e o manejo do estresse hídrico para o cafeeiro irrigado também são exemplos. Além disso, foram desenvolvidas tecnologias para recuperação de áreas degradadas e para o Sistema Plantio Direto, incluindo adubos verdes e plantas de cobertura.
Reconhecimento aos heróis da ciência
O chefe-geral Sebastião Pedro ressaltou que essas conquistas são fruto do esforço de empregados e colaboradores, e das diversas parcerias.
Ele mencionou o pioneirismo dos produtores rurais e a visão de gestores públicos. Entre eles, destacou os ex-ministros da Agricultura Alysson Paolinelli e Luís Fernando Cirne Lima, e o ex-presidente da Embrapa, Eliseu Alves.
Ao completar 50 anos, a Embrapa Cerrados reafirma o compromisso de avançar na pesquisa e na inovação. O objetivo é consolidar o papel do Cerrado como fonte de alimentos, renda e preservação ambiental.
O diretor-executivo de Governança e Informação da Embrapa, Alderi de Araújo, pediu um minuto de silêncio em homenagem aos colegas falecidos. Ele também enfatizou o papel da Empresa em transformar a sociedade, tirando o Brasil da fome para se tornar um grande produtor e exportador de alimentos.
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Desafios e parcerias para o futuro
Araújo destacou que o desafio atual é tornar a produção brasileira de alimentos cada vez mais sustentável.
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“Que a gente continue alimentando o nosso povo e mais de 1 bilhão de pessoas no planeta”, afirmou.
Ele chamou os pesquisadores de “grandes heróis da sociedade”, que, mesmo em laboratórios ou campos remotos, produzem o conhecimento necessário para um mundo mais justo e bem alimentado.
As primeiras homenagens foram concedidas a líderes históricos na gestão e pesquisa: Wenceslau J. Goedert, Plínio Itamar de Mello de Souza (responsável por variedades de soja) e Alberto Carlos de Queiroz Pinto (fruticultura).
Eles, que vislumbraram o potencial do Cerrado nos anos 1970, foram agraciados com o troféu Embrapa Cerrados 50 Anos. Suas falas emocionadas ressaltaram o amor pela pesquisa e a importância do trabalho em equipe.
Aliados no desenvolvimento do Cerrado
Ao longo de sua história, a Embrapa Cerrados construiu parcerias fundamentais. A Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) foi uma das primeiras, contribuindo desde os anos 1980.
O representante sênior da Jica Brasil, Issei Aoki, lembrou as visitas do atual imperador Naruhito à Unidade, reforçando a importância da relação nipo-brasileira e as novas iniciativas em mudanças climáticas e recuperação de pastagens degradadas.
A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) é parceira histórica no melhoramento genético animal. A Unipasto, que reúne produtores de sementes de forrageiras, viabilizou o licenciamento e a disseminação de 10 cultivares lançadas em parceria, como a braquiária brizantha cv. Marandu, que gera mais de R$ 6 bilhões anuais.
A Fundação Cerrados, de produtores de sementes de soja, colaborou no desenvolvimento de 50 variedades, com mais 10 convencionais de alta produtividade a serem lançadas.
Exemplos de inovação e dedicação
Empresas como a Companhia de Promoção Agrícola (Campo) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) também foram homenageadas por sua atuação na disseminação de tecnologias e apoio direto aos produtores.
A Emater-DF, com seu escritório na própria Embrapa Cerrados, facilita a articulação entre pesquisa e extensão rural, resultando em projetos relevantes para o setor agropecuário do DF.
As cooperativas agrícolas, representadas pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), também receberam reconhecimento. Márcio de Freitas, presidente da OCB, destacou que a Embrapa é feita por pessoas dedicadas que “acreditaram no impossível”.
“O que vocês fizeram nos últimos 50 anos foi uma revolução digna de todas as qualificações”, afirmou, orgulhoso da capacidade da Embrapa Cerrados de fazer parcerias.
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