Dez mil pecuaristas de Mato Grosso estão irregulares 

Compromisso do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) e que também conta a ajuda dos sistemas criados pela JBS, é “positivar” todos estes engordadores de bovinos do Estado

A produção de bovinos em Mato Grosso caminha a passos largos para  o abate de animais cada vez mais jovens. No ano passado, os animais terminados com mais de 36 meses responderam por 22% do total de animais abatidos. Em 2011, essa categoria representava 46%.

Atualmente, a maior categoria de animais é de bovinos entre 34 e 36 meses, que respondeu por 42% dos animais abatidos. No entanto, cresce a participação de bovinos com menos de 24 meses; em 2011, a categoria que só respondia por 5%, em 2021, ficou em 37%.

Apesar da evolução da pecuária no Estado, ainda há um tema crítico para se resolver: uma classe de pecuaristas que hoje estão bloqueados para vender animais às indústrias. O Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) estima que, pelo menos, 10 mil estejam nessa situação.

A proposta é que nos próximos anos, o Imac ajude esses produtores a se regularizar nos sistemas do cadastro ambiental rural (CAR) e no Programa de Regularização Ambiental (PRA) do Estado.

“O número é uma estimativa dos pecuaristas que possuem algum tipo de problema que possam causar impacto para a cadeia produtiva da carne bovina”, diz o zootecnista Bruno de Jesus Andrade, diretor de operações do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac).

Andrade e o engenheiro florestal Tássio Bizelli, supervisor regional dos Escritórios Verdes da Friboi-JBS para o Centro-Oeste, participaram do Giro do Boi, nesta quinta-feira, 19. Tanto o Imac como a Friboi estão unindo esforços para ajudar fornecedores diretos e indiretos de gado.

Iniciativas

Várias iniciativas do Imac e da JBS já estão em curso para auxiliar os produtores a resolver suas pendências ambientais. A do Imac é o Programa de Reinserção e Monitoramento e da JBS são os Escritórios Verdes e a Plataforma Pecuária Transparente.

Um dos problemas mais frequentes é de dados de sobreposição de desmatamento. Essas informações vêm do sistema Prodes, de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

“O produtor que estiver com sua fazenda bloqueada com sobreposição de polígonos de desmatamento com o sistema Prodes pode nos procurar. Estamos com este sistema operando desde outubro de 2021 fazendo o diagnóstico de fazendas do Estado de Mato Grosso. O produtor pode procurar inclusive os Escritórios Verdes para conseguir se adequar”, diz Andrade.

Escritórios Verdes

Os Escritórios Verdes são um serviço de extensão da Plataforma Pecuária Transparente, que oferece suporte gratuito para pecuaristas que possuem restrições ambientais, visando a regularização ambiental de suas propriedades. Atualmente estão espalhados no País 15 escritórios verdes em cinco Estados, segundo Bizelli.

“Os Escritórios já estão em funcionamento desde março do ano passado. Eles têm de apoiar o produtor na regularização ambiental, com assistência jurídica e ambiental gratuita, para estarmos adequar todos os pecuarista”, diz Bizelli.

O serviço já conseguiu regularizar 2.780 propriedades, entre 800 e 1000 fazendas somente em MT, e que foram positivadas para venda de sua produção. As fazendas representaram a inclusão de 860 mil bovinos para o abate. Estamos disponibilizando tecnologias e serviços que são totalmente gratuitos e seguros”, diz Bizelli.

Confira no vídeo abaixo a entrevista na íntegra: