Para “facilitar” o serviço do herbicida de aplicação foliar, ou seja, potencializar seu efeito sobre as plantas daninhas das pastagens, o pecuarista deve fazer a roçada antes de aplicação? O médico veterinário Augusto Cezar Catanante, da Catanante Representação & Cia, representante comercial da linha de pastagem da Corteva Agriscience, falou sobre o tema no Giro do Boi desta quarta, dia 10.
“Quando a gente vai partir para uma aplicação foliar, a planta tem que ter o maior número de folhas e melhor estágio vegetativo possível. A partir do momento que eu roço a planta e faço aplicação foliar nela, eu estou aplicando de forma errada porque não vai ter absorção e eu não vou ter sucesso na aplicação. Se o pecuarista roçou, nós temos que esperar essa planta crescer, desenvolver suas folhas novamente para eu entrar no estágio ideal para fazer a aplicação”, respondeu.
Neste momento de seca, no entanto, Guto Catanante disse que é o momento para o pecuarista fazer o levantamento de área para estar com o plano de ação pronto quando as chuvas voltarem e as plantas daninhas voltem a ficar em seu melhor estágio para melhor eficácia do herbicida.
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“O levantamento basicamente é bem simples, tem alguns detalhes que a gente tem que seguir. O primeiro passo é o pecuarista, com o técnico a auxiliá-lo, lógico, identificar qual a área vai ser tratada. Esse é um ponto fundamental. Às vezes pelo aporte financeiro a gente tem que planejar por onde vai iniciar a aplicação para fazer o controle no início das águas. Por que no início das águas? Para o pecuarista aproveitar o que há de melhor do pasto, que será fomentado com uma única aplicação. Não pode fazer no final das águas? Pode também, só que o ideal seria o pecuarista já começar as aplicações no inicio das águas porque vai eliminar a matocompetição e vai ter maior oferta de capim para o gado dele na fazenda”, recomendou.
O especialista afirmou ainda que a entressafra pode servir para o produtor fazer o controle de plantas que não têm herbicida de aplicação foliar, mas que precisam ser aplicados no toco ou basal usando produtos específicos.
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O importante, segundo Catanante, é não deixar as plantas daninhas infestarem as pastagens. “Às vezes a planta daninha está comendo o lucro pela raiz e o pecuarista não está se atentando para este mal que está assombrando a fazenda dele”, reforçou. “Geralmente ele (herbicida) possibilita um ganho de 130% a até 150% com uma única aplicação”, disse Guto fazendo referência à produção de forrageira comparando duas áreas lado a lado, em que em uma houve aplicação de herbicida e em outra não.
Guto Catanante ainda respondeu se a altura da planta daninha interfere na aplicação de herbicida. “A altura pode interferir nas dosagens. Quanto maior a planta, as dosagens vão se diferenciando. Quanto mais alta a planta, a arquitetura da planta, e dependendo da planta que eu vou controlar ali, eu tenho que aumentar a dose de acordo com o produto que eu recomendo. Mas a altura não limita a aplicação”, disse o profissional, ponderando que para que o combate seja eficaz, o produtor deve passar pela etapa do levantamento de área.
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Mais dúvidas sobre o tema podem ser solicitadas diretamente ao especialista pelo telefone (67) 9 8139 7210.
Veja a entrevista completa com Guto Catanante:
Foto: Reprodução / Embrapa