Devo começar o controle de plantas daninhas pelo pasto mais infestado?

Segundo especialista, plantas daninhas podem atuar como sinal de alerta para o produtor descobrir que algo não está certo no seu manejo de pasto

Se sua fazenda tem pastos em diferentes níveis de degradação, por qual deles é melhor começar o controle de plantas daninhas? Em novo vídeo da série Pasto Extraordinário, fruto de parceria entre a Corteva Agriscience, Canal Rural e Canal do Criador que está sendo exibida no Giro do Boi, o engenheiro agrônomo, pesquisador e consultor da Corteva Agriscience Alcino Ladeira Neto respondeu à pergunta para ajudar o produtor a criar uma “rotina para a pecuária produtiva”.

“O pecuarista, na evolução da atividade, tem que ser um pecuarista agricultor, ou seja, ele tem que ser um especialista em produzir capim porque a fonte de alimentação do gado é o capim e o alimento mais barato que ele pode ter é a produção da planta forrageira”, justificou.

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“Qualquer descuido no manejo da pastagem, por exemplo, em um período longo de estiagem, com o excesso de animais por área, a primeira que vem é a planta daninha. E a planta daninha é um sinal de alerta para qualquer pecuarista”, comparou o especialista.

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“Quando uma planta daninha começa a se instalar em sua fazenda, nos seus pastos, elas estão mostrando que alguma coisa está errada”, alertou.

Alcino reforçou que o pecuarista deve entender que ao produzir gado em sua fazenda, ele está retirando nutrientes do solo que precisam de reposição para não enfraquecer as áreas. “Ou ele vai tendo um decréscimo de produtividade ano após ano, até chegar num ponto que ele vai ser um produtor naquela faixa de 43% que nós temos no Brasil hoje produzindo de 3 a 6 arrobas por hectare ao ano”, advertiu.

Para tanto, Ladeira sustentou que o pecuarista precisa “conhecer os seus pastos como a palma da sua mão”, listando as áreas infestadadas, qual a porcentagem de produção de planta forrageira, qual o manejo realizado naquele determinado pasto, sua capacidade de suporte, o grau de infestação da(s) planta(s) daninha(s), quais as espécies, o vigor destas plantas infestantes, se elas foram roçadas ou não, qual sua altura. “São vários detalhes técnicos que vão fazer muita diferença na hora de aplicar um produto e recuperar sua área de pastagem”, analisou.

De acordo com o especialista, o diagnóstico das áreas precisa ser feito em diferentes momentos do ano, seja na seca, depois no inícios das chuvas e também em pleno verão para saber qual a melhor tecnologia a ser adotada para controlar a planta daninha e ajudar na recuperação da área de pastagem.

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POR QUAL PASTO COMEÇAR?

Segundo Alcino, se um produtor tem pastos com 20% de infestação e 80% de capim; uma outra área com 40% de infestação e 60% de capim; outra com 50% de cada e ainda uma última em um nível pior de degradação, com somente 40% de pasto e 60% de plantas daninhas, ele deve começar o controle pela primeira área, de mais baixa infestação.

Ladeia revelou que a recomendação técnica da Corteva é que ele comece pela área menos infestada porque, neste caso, o custo do controle vai ser menor e a resposta do capim será mais rápida, com 60 a 90 dias após a aplicação do herbicida.

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Confira a recomendação completa do engenheiro agrônomo, pesquisador e consultor da Corteva Agriscience Alcino Ladeira Neto no vídeo da série Pasto Extraordinário: