O aumento expressivo dos casos de dengue na Bahia acendeu um alerta para a população da zona rural, onde o combate ao Aedes aegypti pode ser mais desafiador.
Segundo o Centro de Operações de Emergência de Saúde Pública (COE Bahia), 23 municípios já estão em epidemia e outros 12 são considerados de alto risco. No total, mais de 7 mil casos prováveis da doença foram registrados entre 1º de janeiro e 6 de março de 2024.
A Bahia, Estado com maior número de propriedades rurais do país, enfrenta dificuldades no controle do mosquito, já que reservatórios de água, materiais descartados de forma inadequada e extensas áreas abertas favorecem a proliferação do vetor.
Com isso, a participação ativa de pecuaristas, agricultores e trabalhadores rurais é fundamental para reduzir os focos da doença.
Municípios em situação crítica
As cidades que mais preocupam as autoridades estão espalhadas por diversas regiões do estado. Entre elas, destacam-se Vitória da Conquista, Monte Santo e Caravelas, além de outras 20 localidades onde o número de casos já atingiu nível epidêmico.
Onde o mosquito se reproduz no campo?
Diferente dos centros urbanos, onde a água parada em caixas d’água, pneus e recipientes são os principais criadouros, no meio rural o Aedes aegypti encontra outros ambientes favoráveis para a reprodução. Segundo Elienai Trindade, assessora técnica da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), os principais focos no campo incluem:
- Reservatórios de água para irrigação e dessedentação animal
- Coços e bebedouros mal manejados
- Açudes desativados e barragens
- Materiais descartados de forma inadequada, como pneus, garrafas e latas
Como evitar a dengue na zona rural?
Para reduzir a infestação do mosquito, os pecuaristas e trabalhadores rurais devem adotar medidas simples, mas eficazes:
✅ Descartar corretamente embalagens de insumos agrícolas em locais secos e protegidos.
✅ Verificar e esvaziar açudes desativados, barragens e reservatórios que possam acumular água parada.
✅ Armazenar baldes, carrinhos de mão e utensílios em locais cobertos para evitar acúmulo de água da chuva.
✅ Manter caixas d’água, tambores e cisternas sempre tampados.
✅ Trocar regularmente a água dos bebedouros de animais.
✅ Descarte adequado de pneus velhos e outros materiais que acumulam água.
✅ Implementar sistemas eficientes para captação de água da chuva, evitando poças e áreas encharcadas.
✅ Manter o lixo sempre fechado e bem armazenado.
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Atenção aos sintomas e riscos da automedicação
A dificuldade de acesso a serviços de saúde na zona rural torna a prevenção ainda mais essencial, como alerta Kalila Trabuco, enfermeira do Programa Saúde no Campo (Faeb/Senar).
“O mosquito se adapta a diferentes ambientes e manter os espaços limpos ajuda a reduzir a proliferação da doença”, explica.
Além disso, a automedicação pode agravar os quadros de dengue. Anti-inflamatórios e alguns analgésicos podem aumentar o risco de hemorragias, comprometendo o tratamento da doença. A recomendação é buscar um médico ao primeiro sinal de febre alta, dor no corpo e fadiga.
Com o envolvimento da população rural e a adoção de medidas preventivas, é possível reduzir os impactos da dengue no campo e garantir a saúde dos trabalhadores e suas famílias.
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