O domínio dos indicadores de gestão é o que separa o produtor amador do gestor profissional na pecuária.
Em mais um episódio da série “A Conta do Boi”, o zootecnista Gustavo Sartorello demonstra como calcular custo fixo, operacional e desembolso por cabeça/mês na fazenda, conectando as anotações diárias à rentabilidade do rebanho.
Segundo ele, a primeira etapa é transformar as despesas (fixas e operacionais) em indicadores por cabeça. Ao saber a quantidade de animais e o valor total dos gastos, o produtor calcula o custo mensal de manutenção de cada boi, o que é um indicador fundamental de controle.
Confira:
A fórmula do desembolso e o custo por arroba
A conta para calcular o custo por cabeça e o custo real da arroba produzida é simples e revela o impacto da gestão:
- Desembolso por cabeça/mês: soma-se o custo fixo (que não varia com a produção, como salários e energia) e o custo operacional (que depende do animal, como nutrição), e divide-se pelo número de cabeças. Por exemplo: se o custo total for de R$ 100.000 para um rebanho de 1.000 animais, o desembolso é de R$ 100 por cabeça/mês.
- Custo por arroba produzida: se o custo acumulado anual por animal for de R$ 1.200 e ele ganhar 6 arrobas no ano, o custeio por arroba produzida é de R$ 200.
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O impacto das despesas não operacionais
O custo do boi pode ser maior do que o produtor imagina se ele não incluir as despesas não operacionais (contas pessoais, multas, etc.).
- Prejuízo oculto: se as despesas não operacionais elevarem o desembolso total de R$ 100 para R$ 115 por cabeça/mês, o custo real da arroba produzida sobe para R$ 230, impactando diretamente o resultado final.
A diferença é que, com a gestão por números, o produtor não precisa mais agir pelo instinto. Ele tem a “lupa” para enxergar exatamente onde está perdendo resultado. O que importa é o equilíbrio entre desembolso e desempenho, que é o ponto onde a zootecnia encontra a gestão.
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