O mês de setembro de 2025 trouxe um alívio significativo para o confinador brasileiro. O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) apresentou retração nas duas principais regiões produtoras, sinalizando um momento mais favorável para a margem de lucro.
No Centro-Oeste, o ICAP foi de R$ 12,65, com uma redução expressiva de 10,54% em relação a agosto. No Sudeste, o índice alcançou R$ 12,18, registrando uma queda de 2,79%.
Essa retração no custo dos insumos reflete o acúmulo de fatores favoráveis. O mercado ainda carrega os reflexos de uma safra recorde de grãos, que aumentou a disponibilidade de alimentos e coprodutos no mercado interno.
Além disso, a exportação de milho segue abaixo do ritmo esperado, enfrentando forte concorrência dos Estados Unidos. Essa menor demanda externa ajudou a conter a alta dos preços domésticos da ração.
A queda no custo e a arroba estável criaram um cenário que favorece as margens do confinamento no curto prazo. Com base no ICAP de setembro, o custo estimado da arroba produzida é de R$ 185,64 (Centro-Oeste) e R$ 193,34 (Sudeste), patamares que permitem lucros superiores a R$ 840,00 por cabeça nas duas regiões, considerando apenas o preço de balcão.
Centro-Oeste tem maior queda e menor custo
O Centro-Oeste registrou a redução mais brusca no ICAP, com a queda sendo puxada por todos os tipos de alimentos que compõem a dieta. Em comparação trimestral, os custos caíram em peso: volumosos (-16,94%), proteicos (-13,60%) e energéticos (-2,94%).
A dieta de terminação, a mais cara do ciclo, fechou em R$ 1.069,35 por tonelada de matéria seca, uma redução de 14,12%. Além da queda nos insumos, o produtor do Centro-Oeste também viu o consumo de alimento pelos animais diminuir em 1,81%, o que contribuiu ainda mais para o alívio no ICAP.
No Sudeste, a queda no custo dos insumos foi impulsionada pelos alimentos energéticos (-6,41%) e proteicos (-5,31%). A dieta de terminação na região fechou o mês a R$ 1.130,79 por tonelada, com queda de 6,46%. Destaques de baixa foram o milho grão seco (-11,26%), a polpa cítrica (-4,35%), o caroço de algodão (-3,49%) e o DDG (-0,43%).
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Contraste anual e bonificações para lucro extra
Ao comparar a situação atual com setembro de 2024, o custo nutricional da engorda caiu 6,50% no Centro-Oeste, mas teve um aumento de 2,70% no Sudeste. Essa diferença revela o comportamento regional distinto.
No Centro-Oeste, o efeito prolongado da safra recorde e a necessidade de escoamento da produção mantêm os custos abaixo do ano anterior. No Sudeste, a menor disponibilidade local de milho e a alta de insumos específicos sustentaram custos mais altos do que em 2024.
Para ampliar as margens de lucro, que já são favoráveis, a recomendação é clara: além de melhorar a eficiência produtiva, o pecuarista deve buscar bonificações junto aos frigoríficos. Atualmente, o diferencial de preço do Boi China em relação à cotação balcão varia entre R$ 5,00 e R$ 7,50, dependendo da região produtora.
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