“Para conquistar um grande nível desempenho econômico, tem que ter grande nível de desempenho técnico”, lembrou o consultor Antônio Chaker no início de mais um quadro da nova temporada da série Dicas do Chaker. Acima de tudo, o diretor do Inttegra compartilhou os indicadores técnicos que constroem as fazendas de cria de bezerro mais produtivas e rentáveis do Brasil. Os dados vieram do benchmarking da safra 2020/21.
PONTO DE PARTIDA
Primeiramente, o consultor destacou o índice de prenhez, ou fertilidade, que se mede pela porcentagem de vacas prenhes sobre o total de matrizes que entraram em reprodução. “As fazendas do prejuízo tiveram 72,9% de prenhez. As fazendas da média, que não ganharam tanto dinheiro assim, tiveram 76,9%. E as top rentáveis tiveram 82,2% de prenhez”, revelou.
TAXA DE DESMAME
Além disso, Chaker lembrou que para uma fazenda de cria não basta a prenhez positiva, mas sim o desmame do bezerro. “É o total de bezerros que eu desmamei sobre o total de matrizes que entraram em monta”, revelou.
Nesse sentido, Chaker compartilhou os números. “As fazendas de prejuízo desmamaram 67,8% de bezerros sobre o que entrou em monta de matrizes. A média das fazendas tiveram 70%. E as melhores, as top rentáveis, tiveram os mesmos índices próximos a 75% de desmame. Esse ano foi 74,8%”, informou.
APROVEITAMENTO DE FÊMEAS
Em seguida, Chaker destacou o indicador aproveitamento de fêmeas. Qual a percentagem de fêmeas que eu tenho acima de 18 meses e que foi aproveitada pela fazenda? Essa é a conta. […] As fazendas do prejuízo aproveitam 89,9% das fêmeas acima dos 18 meses. As fazendas da média, 94,9%. E as top rentáveis, 97,8%. Ou seja, as fazendas aproveitam praticamente 100% das fêmeas acima de 18 meses para a monta”, salientou o consultor. Em outras palavras, quer dizer que as essas fazendas top rentáveis da produção de bezerro apostam na redução da idade à primeira monta.
MORTALIDADE
Depois disso, Chaker falou sobre a taxa de mortalidade – o que a fazenda perde de bezerro entre o nascimento e a desmama. “A média 3,6%, as top rentáveis 3%, a de prejuízo 2,9%. Isso mostra que mortalidade de bezerro é importante, mas quando você fica abaixo de 3%, está tudo legal. Então a referência é abaixo de 3%”, reforçou.
LOTAÇÃO
Posteriomente, Chaker destacou ainda relação da lotação das fazendas que produzem bezerro com seu faturamento. “Enquanto a turma do prejuízo teve 1,5 UA/ha, a turma do lucro, a top rentável, teve 1,47 UA/ha. […] Contudo, no final, mesmo sendo cria, o importante é você produzir arrobas por hectare. Aí as fazendas do prejuízo produziram 3,8 @/ha, a turma da média, 6 @/ha e as top rentáveis, 8,9 arrobas por hectare ao ano. Então se você tem cria, busque sempre para superar 8 @/ha/ano. Eu consigo isso com alta taxa de desmame, elevado peso de desmame, alta lotação”, disse em resumo.
QUILOS DE BEZERRO POR HECTARE
Por último, Chaker fechou a conta falando do indicadores mais importantes. “Quilo de bezerro desmamado por hectare representa a relação entre o total de quilos de bezerros que você produziu na fazenda e o total de hectares da cria […]. Enquanto a turma do prejuízo colheu 98 kg de bezerro por hectare, a turma top rentável colheu 181 kg de bezerro por hectare. Se você quer ser top rentável, supere 180 kg de bezerro por hectare”, frisou o especialista.
Juntamente com o índice anterior, o zootecnista esclareceu o indicador kg de bezerro por matriz exposta à reprodução. “Eu pego o total de quilos de bezerro e divido pelo total de matrizes que entraram em monta. Enquanto a turma do prejuízo colheu 143 kg de bezerro por matriz, a turma do lucro colheu 162 kg de bezerro por matriz”, acrescentou.
Em conclusão, combinando os fatores, o pecuarista obtém o ganho médio diário global. “É o ganho de todos os animais dentro da fazenda. Bezerros, vacas, novilhas. E aí fica muito transparente que quanto maior o GMD global, maior o resultado. E você pode observar: as top rentável com 367 g, as da média com 312 g e a turma do prejuízo com 238 g”, mostrou Chaker.
Por fim, assista o quadro Dicas do Chaker completo com os números da cria de bezerros da última safra:
Foto ilustrativa: Gabriel Rezende Faria / Reprodução Embrapa