Nesta quinta, 13, o Giro do Boi exibiu entrevista com o médico veterinário, mestre em reprodução animal e doutor em patologia experimental e comparada, Ed Hoffmann Madureira, professor da USP de Pirassununga-SP.
O tema abordado foi preparação de matrizes para a estação de monta e como novas tecnologias, auxiliadas pelo bom manejo, podem aumentar o índice de prenhez no período reprodutivo com inseminação artificial, técnica usada em cerca de 10% das vacas brasileiras em idade reprodutiva.
“Uma boa IATF com um índice bastante aceitável é ao redor de 50 a 55% de prenhez. […] Mas vale aqui uma observação importante: os top 10% conseguem 70% de prenhez, ou seja, nós não devemos nos conformar com essa média de 50%”, advertiu Hoffmann.
No entanto, o professor da USP alertou que entre as fazendas brasileiras que lançam mão da IATF, e que estão entre estas top 10% de índice de prenhez, todas são assessoradas por um médico veterinário. “Nós tivemos uma experiência muito interessante esse ano, em que nós analisamos o resultado da taxa de prenhez de muitas fazendas no Brasil. Totalizamos quase 22 mil animais. E nós percebemos que entre as top 10%, todas elas têm acompanhamento de um médico veterinário. […] Tem muitas pessoas que resolvem comprar o protocolo de IATF e resolvem implantar na fazenda sem nenhum tipo de supervisão. Mas entre os 10% melhores resultados do país, não há nenhum criador sem acompanhamento do médico veterinário. Chega a ser um alerta para o produtor que introduz a IATF: ela é vantajosa, mas que o faça com o acompanhamento do médico veterinário”, reforçou.
O pesquisador acrescentou ainda que é possível obter o índice de 70% de prenhez com uma única sincronização, mas que utilizando a ressincronização, o índice em um lote bem manejado pode chegar a 85%, e tudo isto em apenas 24 dias de estação de monta.
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Para ter um lote bem manejado, o pesquisador destacou que existem estratégias diferentes de abordagem de IATF para cada categoria, como novilhas, primíparas e multíparas, e dependendo também das raças e condições de trabalho de cada fazenda.
“Nós estamos hoje em uma fase em que tudo depende de precisão. O manejo do gado também depende de precisão. Quanto os animais estão ganhando de peso, como os animais estão sendo manejados, os desmames, a questão sanitária, o preparo do pessoal do campo, o cuidado na aplicação das injeções dos protocolos, no descongelar do sêmen, no ato da inseminação, no manejo com bem-estar animal, tudo isto aí interfere na taxa de prenhez”, resumiu Hoffmann.
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Confira a entrevista completa com Ed Hoffmann Madureira: