A pecuária brasileira ganhou destaque na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, ao se posicionar como parte da solução climática global.
Um estudo desenvolvido pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) comprovou que a genética bovina, quando bem utilizada, é um vetor poderoso para o crescimento sustentável e a redução de emissões.
O coordenador técnico de pecuária do Cepea, Thiago Bernardino, apresentou o levantamento na AgriZone da COP 30, enfatizando que a pecuária tecnificada contribui diretamente para as questões climáticas. A lógica é clara: a tecnologia, entre elas a genética, gera um retorno econômico que incentiva o produtor a intensificar o sistema.
Confira a entrevista completa:
Genética: a chave para a precocidade e o giro rápido
O principal avanço da pecuária brasileira no combate às mudanças climáticas é a redução do tempo de vida do animal no campo. A genética não caminha sozinha: ela deve ser combinada com um bom manejo de pasto, nutrição e sanidade.
A genética zebuína superior, em conjunto com uma nutrição balanceada, estimula giros mais rápidos de engorda. Isso resulta em um animal mais precoce, que ganha peso em menos tempo e produz menos metano (menos tempo de emissão).
“A genética em conjunto ajuda sim a reduzir o tempo do animal. E quando a gente fala redução do tempo do animal, a gente está focando, claro, na questão da emissão do gás, mas mais do que a emissão do gás, no giro rápido na fazenda”, explicou Thiago Bernardino. “O ganho é produtivo, econômico e ambiental, pois ganha o produtor, ganha o meio ambiente”, acrescentou.
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Recado da COP 30: investir é preciso
O especialista ressalta que o setor está em um momento crucial para se consolidar como o grande fornecedor de carne do mundo, mas com qualidade e eficiência produtiva.
Segundo ele, a pecuária deve estar atenta às transformações. “Para quem estava sempre ouvindo que o pecuarista ou qualquer setor vai buscar melhorias desde que ele tenha um retorno econômico, a tecnologia, entre elas a genética, me proporciona isso”.
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