No Giro do Boi desta segunda, 29, destaque para um bate papo com o diretor-executivo da Latina Seeds, Willian Sawa, e com a pesquisadora Marciana Retore, da Embrapa Agropecuária Oeste. Os entrevistados falaram sobre a parceria público-privada que envolve ainda a Fundapam, a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária e Ambiental, para descobrir a fórmula ideal para consorciar sorgo gigante boliviano com forrageira e amortizar o custo da recuperação ou reforma de pasto.
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Conforme justificou Sawa, o estudo vai servir para buscar uma alternativa para recuperar cerca de 120 milhões de hectares de pastagens em degradação no Brasil. Segundo lembrou o executivo, boa parte das vezes o custo inviabiliza tal recuperação da área, daí o esforço para usar o sorgo na amortização dos valores.
“Então se a gente conseguir fazer realmente a reforma ou recuperação de pastagem com a produção de volumoso, nós acreditamos que isso pode pagar o custo dessa reforma ou recuperação dessa pastagem. A gente recupera o pasto com o sorgo pagando a conta”, reforçou.
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De acordo com Sawa, o sistema não é considerado ILP pois a área é imediatamente devolvida para a pecuária após o corte do sorgo gigante boliviano, ou sorgão. “O nosso objetivo é fazer a reforma da área com uso do sorgo e devolver para a pecuária a pastagem reformada por uma longa data”, explicou.
Em seguida, a pesquisador da Embrapa Marciana Retore detalhou as fórmulas de consórcio que serão utilizadas no experimento. “Nós vamos testar dois espaçamentos de sorgo e consorciado com diferentes populações de Braquiária e Panicum. E com a condução da pesquisa, a gente vai poder dizer qual arranjo, qual combinação foi mais produtiva ou em qual desses arranjos a gente obteve uma melhor qualidade da silagem, que vai ser testada também com o primeiro corte do sorgo. E no final do estudo, daqui dois anos, a gente pretende recomendar o melhor arranjo do sorgo com Panicum e com Braquiária”, disse em resumo.
Para o estudo serão usadas as forrageiras Brachiaria brizantha cv Marandu e Panicum maximum cv Zuri.
FECHANDO OS GARGALOS
Além disso, Zawa revelou ainda em entrevista outro gargalo da pecuária que a pesquisa pretende solucionar. “Outro grande problema que a gente quer resolver com esse sistema de produção é de sempre ter alimento para o gado, principalmente na entressafra. Porque todo ano falta chuva no Centro-Oeste brasileiro, todo ano acaba pastagem”, lembrou.
Mais do que fornecer alimento alternativo ao gado, o consórcio de sorgo gigante boliviano com pastagem também evita a degradação da área, tornando a atividade mais sustentável.
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Por fim, assista pelo vídeo a seguir a entrevista com mais detalhes do consórcio do sorgo gigante boliviano com forrageiras: