Confira as estratégias para deixar a tropa sempre bem nutrida

Especialista em manejo de equinos dá dicas importantes para não deixar que falte alimento para os cavalos da fazenda

O Giro do Boi desta quinta-feira, 28, apresentou mais um episódio de Manejo da Tropa, com importantes dicas para a criação de cavalos. O tema do dia tem tom muito especial, pois grande parte do Brasil já vive uma situação de falta de chuvas, baixa qualidade nos pastos, o que leva à seguinte questão: qual a melhor estratégia para deixar a tropa sempre bem nutrida na entressafra? 

“O produtor que está no Sudeste ou Centro-Oeste vai passar por essa realidade, com a diminuição da incidência de chuvas a partir de maio e, invariavelmente, vai ficar sem pastagens para os cavalos”, diz o médico veterinário Mário Duarte, especialista em manejo com equinos.

Para ele, uma das estratégias de nutrição para os cavalos é a estocagem de feno, pois é uma maneira mais prática de alimentar os cavalos, tanto nas cocheiras como no campo.

Feno

A recomendação é que a compra seja feita logo no final do verão. É neste momento que a produção de feno é maior, e por sua maior disponibilidade no mercado o preço acaba sendo mais baixo. O feno é feito a partir de capins da família dos cynodons tifton, coast cross e jiggs.

“O feno nada mais é do que o material desses capins que fica preservado pela desidratação. Normalmente é verde, mas em função da luminosidade, ele acaba ficando amarelado. Ele pode até ter um aspecto de palha, mas é bastante nutritivo”, diz Duarte.

O volumoso, como o feno, é o alimento mais seguro para os cavalos. Outra possibilidade de feno vem da alfafa. A diferença entre um e outro é que o capim é uma gramínea e a alfafa é uma leguminosa, que possui um teor de proteína maior do que a gramínea.

“É de se esperar que os melhores fenos de gramínea oscilem entre 10% e 12% de proteína bruta e os piores, entre 5% e 6% de proteína bruta. Já a alfafa, esperamos que ela tenha acima de 15% de proteína bruta”, diz.

Pré-secado

Outra opção de alimento de reserva é o pré-secado, que seria a conservação do capim embalado por camadas de um tipo de plástico especial. O material é conservado com um pH baixo e sem presença de ar.

“Para o pré-secado é melhor usar o azevém, que tem mais açúcares e com isso consegue baixar o pH e transforma o material num alimento mais seguro. Outra opção, que ainda está sendo avaliada é a silagem para cavalos”, diz Duarte.

Suplementação

Outra dica importante do especialista é oferecer uma suplementação mineral o ano todo, e, assim que for notado que o pasto já não está mais suficiente para alimentar os animais, é necessário entrar com uma suplementação de volumoso.

“Quando o pasto chegar próximo a 10 centímetros de altura e não temos outro pasto, este já é o sinal que o animal precisa ser suplementado”, alerta Duarte. Pelo perfil do Instagram dele @marioduarte.vet, você pode acompanhar o seu trabalho e conferir outras dicas para sua tropa. 

Confira no vídeo abaixo a entrevista na íntegra: