Confinamento supera desafio da reposição com metafilaxia em animais de alto risco

Veja como o confinamento do Grupo Nutritaurus, em MG, expandiu o raio de compra do gado magro e aumentou a capacidade diminuindo os problemas de ordem sanitária

Na última semana o Giro do Boi levou ao ar a estreia do quadro MSD Saúde Animal em Campo, que aponta ao pecuarista brasileiro causas, consequências e soluções para as principais enfermidades que acometem o seu rebanho bovino. No primeiro episódio, a história de sucesso veio de um confinamento do interior de Minas Gerais que controlou as doenças respiratórias que estavam furtando o ganho de peso dos lotes e, consequentemente, o resultado da propriedade, a Fazenda São Sebastião, da Nutritaurus Agropecuária, em Frutal-MG.

Conforme apresentou o empresário Paulo Henrique Queiroz, titular do grupo, o confinamento foi uma evolução natural da fábrica de ração Nutritaurus. “Eu sou proprietário do grupo Nutritaurus, uma fábrica de nutrição animal já com 28 anos de atuação no mercado. Em 2013 nós introduzimos também um confinamento aqui na Fazenda São Sebastião e abrimos a Nutritaurus Agropecuária. No primeiro ano, nós rodamos 5.000 animais, no segundo ano, 10.400, e fomos crescendo até que no ano passado nós fizemos 64.000 animais”, contextualizou.

Mas a evolução dos números apresentou um desafio: a reposição do gado magro de origens mais diversas. “Ao longo dos últimos anos, nós tivemos vários desafios. Desafios pela necessidade de crescimento. Nós passamos a buscar animais em longas distâncias, como do norte de Minas, sul de Minas, Mato Grosso, Pará, então nós trouxemos animais de alto desafio, animais que percorriam longas distâncias, animais mais leves. Isso nos trouxe a necessidade de um apoio, um suporte melhor, e nós nos encontramos nesta hora com a MSD, que nos trouxe um bom suporte. Fazem parte desta parceria os serviços, os produtos e treinamento de equipe, que fez um diferencial enorme para a gente. Fizemos vários cursos, preparando a equipe, criando uma cultura própria, uma cultura de bem-estar animal”, resumiu.

O treinamento capacitou os colaboradores da fazenda que melhoraram o manejo desde a recepção dos animais para a fase de engorda, o que exerce grande influência no seu desempenho em cocho ao longo dos próximos meses. “Nós começamos a criar piquetes de recepção para deixar esses animais descansarem, onde criamos e aplicamos protocolos para cada categoria, cada distância”, revelou Queiroz.

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O médico veterinário Maílson Dias, que atua na Nutritaurus Agropecuária, destacou a importância do treinamento para identificar aquele que foi o principal desafio da reposição do confinamento. “Para enfrentar esse problema da doença respiratória, nós precisamos ter junto conosco uma equipe treinada, uma equipe que tenha sensibilidade em perceber pequenos indícios de que esse animal pode estar ficando doente. E quais indícios seriam esses? Na maioria das vezes a gente vai observar esses animais que estão acometidos afastados do lote, separados dos demais indivíduos do lote, eles vão estar com o focinho muitas vezes ressecado, o que é um indício de que esse animal está passando por uma fase febril. Ele pode estar com febre, ele vai estar apresentando o afundamento do vazio do flanco, ou seja, o rúmen dele não vai estar preenchido com alimento porque ele não vai estar se alimentando da mesma forma como se estivesse sadio. Então essa soma de sinais faz com que a gente comece a observar esse animal e olhar para ele como um possível candidato para estar desenvolvendo a doença respiratória”, classificou Dias.

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A solução para tratar do problema no momento certo foi a prevenir e evolução do problema antes de sua manifestação clínica, conforme revelou o gerente técnico da MSD Saúde Animal André Pacheco. “Quando a gente implementou um diagrama de risco para avaliar qual era o nível a que esses animais estavam expostos ao desafio das doenças respiratórias, a gente implementou a metafilaxia nos animais de alto risco – nada mais é do que o uso de um antimicrobiano para o controle de uma determinada doença. Isso deve ser implementado através de critérios muito bem definidos. Aqui na fazenda a gente implementou o Zuprevo como metafilaxia para animais de alto risco para incidência de doenças respiratórias. Com isso, nós tivemos vários ganhos, não somente em relação à saúde dos animais, reduzindo a morbidade, o número de animais tratados e a mortalidade do rebanho, que também diminuiu bastante, mas também a gente conseguiu melhorar a rentabilidade e o bem-estar dos animais e das pessoas que estão envolvidas no negócio”, salientou Pacheco.

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O gerente técnico do Grupo Nutritaurus Milton Cardoso contou como a metafilaxia se encaixou na prática na rotina do confinamento da Fazenda São Sebastião. “Recentemente fizemos um estudo em parceria com a MSD para avaliação do uso de Zuprevo na metafilaxia. Nós aqui no confinamento da Nutritaurus Agropecuária sempre tivemos um desafio grande de doenças respiratórias em animais devido aos animais adquiridos em distâncias longas aqui da região de Frutal, em torno de 800 a 1.000 km de distância, e esses são animais que nós, ao longo do tempo, vínhamos observando que tinha problemas com mais frequência. Esse estudo foi desenvolvido em parceria com a MSD e com a Universidade Federal de Goiás em que foi avaliado o uso da metafilaxia com uso do Zuprevo em que nós tínhamos currais com Zuprevo e currais sem Zuprevo. Nós observamos uma diferença grande de desempenho em que o ganho médio do lote que recebeu Zuprevo na entrada do confinamento foi 150 gramas a mais de ganho de peso diário e em torno de 100 gramas de ganho de carcaça diário. E esse desempenho se deve muito a um menor número de animais que desenvolveram doenças respiratórias. No caso, os animais que não receberam Zuprevo adoeceram duas vezes em meio a mais do que os animais que receberam Zuprevo, o que contribuiu nesta questão do desempenho. Além disso, o estudo ocorreu nos currais nossos, onde nós temos as balanças de pesagem diárias, e nós observamos, com o uso destas balanças, que esses animais que foram diagnosticados com pneumonia começaram a perder peso de cinco a sete dias antes da nossa equipe de ronda identificar e tratar os animais, custando a eficácia da tecnologia também no uso da identificação de animais com problemas sanitários. Os animais que ficaram doentes foram tratados com Resflor Gold, a recuperação foi muito rápida e com dois a três dias, através do ganho de peso, eles já voltaram ao desempenho normal que eles tinham antes da doença. Além disso, como o estudo foi até o final, o abate foi acompanhado por especialistas, quando nós observamos que os animais tratados tinham poucas lesões ou nenhuma lesão no pulmão. Isso contribuiu para não ter problema de desclassificação das carcaças, que é um problema que nós normalmente encontramos quando esses animais ficam doentes”, celebrou Cardoso.

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O líder de ronda sanitária da Fazenda São Sebastião, Eduardo Leite, ressaltou o impacto positivo do treinamento para identificação precoce das doenças respiratórias. “Tem sido de extrema importância todo o treinamento que a MSD tem passado para a gente, tanto para pneumonia como para a tristeza parasitária. Para identificar, fazer o manejo certo, como começar a olhar um lote… São várias doenças que a gente tem identificado bastante aqui no confinamento e isso ajudou bastante”, aprovou.

“O que eu enxergo e quero deixar de recado é que sozinho nós não vamos a lugar nenhum. Então eu só tenho a agradecer a parceria que nós temos com a MSD, que faz parte do nosso crescimento técnico. O resultado que nós vamos ter hoje eu devo muito ao grupo, a toda a equipe da MSD. Eu só tenho a agradecer”, concluiu o empresário Paulo Henrique Queiroz.

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Pelo vídeo a seguir é possível assistir na íntegra a estreia do quadro MSD Saúde Animal em Campo: