O confinamento de gado de corte terá um cenário peculiar em 2018. Enquanto em 2017 o primeiro giro esteve enfraquecido devido à conjuntura de mercado e praticamente não houve terminação na modalidade, o pecuarista animou-se durante o segundo giro. Por isso, alguns boitéis ainda estão em plena atividade e não deverão ter pausa antes do próximo ciclo. O tema foi destaque do Giro do Boi desta quarta, 31, que contou com entrevista do administrador José Roberto Bischofe Filho, gerente de confinamentos da JBS. Em conversa com o apresentador Mauro Sérgio Ortega, Bischofe projetou que o retorno sobre a operação de engorda em confinamento em 2018 pode variar dentro uma faixa de 15% a 20%.
O gerente revelou que as unidades confinadoras da companhia em Terenos-MS, Guaiçara-SP e Lucas do Rio Verde-MT engordaram em 2017 60 mil cabeças, com lotação mais expressiva no segundo ciclo, e ainda neste momento estão aceitando animais devido ao maior ânimo do pecuarista com a terminação intensiva. “Como o ano começou interessante, as unidades não pararam. A gente sabe que confinar no período das águas é mais desafiador, mas devido ao cenário de custo dentro do confinamento e de preço da arroba possibilitar a operação, continuamos tocando os negócios nas plantas, que estão aptas para receber bois”, revelou Bischofe.
O objetivo é concluir em 2018 a engorda de 100 mil cabeças, crescimento estimado tanto pela maior intenção de confinamento dos produtores quanto pela abertura de parceria com outras duas unidades, uma em Confresa-MT (Fazenda Ouro Verde, propriedade de Juliano Cunha e Diego Cunha, com capacidade estática para 12 mil animais) e outra em Luís Eduardo Magalhães-BA (Captar Agro, propriedade de Almir Moraes, com capacidade estática para 21 mil animais). As novas unidades deverão começar a receber animais a partir de fevereiro e poderão contribuir para um aumento de 66% de volume de gado terminado pela empresa na comparação com 2017.
De acordo com Bischofe, o pecuarista que engordar seus animais em confinamento pode esperar um retorno de até 20% na operação. “Os parceiros que terminaram gado conosco em 2017 apuraram 15% a 20% de retorno e este ano está desenhado o mesmo cenário, com um mercado estável de preços de insumos e de arroba do boi gordo. Vamos usar o exemplo do Mato Grosso, em Lucas do Rio Verde. Por lá, o custo médio da arroba engordada é de R$ 110,00. O preço da arroba do boi gordo hoje, por exemplo, está por volta de R$ 135,00 na unidade de Diamantino-MT. Sobram R$ 25 por arroba engordada. Numa produção de oito arrobas em período de confinamento, isto corresponde a uma margem de lucro de R$ 200,00, ou seja, retorno de aproximadamente 20%”, calculou Bischofe.
Ainda de acordo com o gerente de confinamentos, o milho está sendo comercializado hoje no Mato Grosso por uma cotação de cerca de R$ 16/sc. “Com a colheita da safrinha, esperamos um preço de R$ 14, R$ 13, parecido com a safra de 2017”, projetou. Quanto à reposição, Bischofe adiantou que os valores devem ser similares aos observados em 2016 para a relação de troca.
Veja pelo vídeo abaixo a entrevista com José Roberto Bischofe Filho na íntegra e conheça com mais detalhes as estruturas dos novos confinamentos parceiros da companhia para 2018: