A ciência já comprovou: a adição de compostos naturais na dieta fez com que o boi reduzisse em 30% a emissão de metano.
A redução desse importante gás de efeito estufa está entre as metas para a pecuária, daqui para frente, e parte dessa solução pode vir da pesquisa agropecuária brasileira.
Um estudo com aditivos alimentares está sendo feito pelo Instituto de Zootecnia (IZ), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
A autarquia é ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Quem está liderando essa avaliação é o zootecnista Eduardo Marostegan de Paula, pesquisador do IZ. Ele participou do programa Giro do Boi desta segunda-feira, 8, e deu mais detalhes sobre essa pesquisa.
Estão em análise nesta pesquisa os impactos de extratos naturais de canela, alho, alecrim, orégano, eucalipto e capim limão.
Além disso, também estão sendo feitas avaliações de demais compostos que podem ser misturados na alimentação dos bovinos e fazer com ele diminua suas emissões.
“Nós usamos um composto natural à base de taninos hidrolisáveis e já temos o resultado que com ele foi possível reduzir 17% das emissões de metano”, diz de Paula.
Pesquisa busca equilíbrio para redução de emissões e produção de carne
Alguns experimentos, no entanto, já foi possível identificar a redução de 100% das emissões de metano.
O porém é que isso prejudicou a produção de carne, segundo o pesquisar. Por isso, a pesquisa está na busca pelo equilíbrio entre a redução de emissões de gases de efeito estufa e uma produção eficiente de carne.
Os estudos inclusive estão testando as misturas entre todos os compostos.
“Esses aditivos são efetivos em manipular a fermentação ruminal e, com isso, conseguimos através dessa manipulação que o animal aproveite melhor os nutrientes da dieta”, diz o pesquisador.
Na pegada da redução do metano do boi
O tema da redução de gases de efeito estufa tem sido altamente falado nos últimos anos, no entanto a proposta já vem sendo debatida mundialmente há cerca de 20 anos.
No entanto, foi justamente nessa época que a pesquisa agropecuária brasileira também já começou a se mexer apresentando soluções para a produção agropecuária.
O estudo de aditivos do IZ, por exemplo, começou por volta de 2015, com a avaliação de óleos essenciais do caju na dieta bovina.
“Já faz mais ou menos dez anos que o IZ está estudando compostos”, diz o pesquisador.
Algumas empresas de nutrição já têm em seu portfólio aditivos naturais e que estão já promovendo essa redução de metano na pecuária.
Não deixe de conferir na íntegra a entrevista com o pesquisador sobre o estudo no vídeo acima.