Como usar corretamente o soro de leite na dieta do meu rebanho?

Produtor de queijos do interior de MS quer saber se pode servir soro de leite puro para as suas vacas e quantos litros ele pode fornecer; veja resposta do especialista

O produtor de queijos Ricardo Garcia, de Paraíso das Águas-MS, disse que quer aproveitar o soro de leite na dieta das suas vacas. “Posso dar ele puro mesmo? E com quanto litros eu começo?”, questionou ao Giro do Boi Responde.

Conforme indicou o zootecnista Guilherme Marquez, gerente nacional de produto leite da Alta Genetics, o soro de leite pode ser usado na dieta do rebanho.

Em seguida, o especialista destacou algumas das propriedades nutricionais do produto. “O soro, para quem não conhece, é aquela água que resulta da fabricação do queijo. Essa água é rica em sais minerais, em lactose. Ela tem um pouco de proteína. A proteína dele tem muita qualidade. Por mais que o percentual de proteína no soro seja pouco, ela tem muita qualidade. E a gente ainda encontra alguma coisa de energia dentro dessa composição do soro de leite”, disse em resumo.

COMPONDO A DIETA

De acordo com Marquez, o soro de leite pode substituir parte da ração na dieta das vacas leiteiras. “Aí você vai trabalhar com até 30% do que o animal deveria comer de ração. Então é bacana isso, você pode trabalhar dessa forma”, orientou.

Logo depois, o zootecnista esclareceu outra dúvida do produtor de queijos. “Pode dar o soro de leite puro. Na maioria das pessoas, eles administram o soro puro ali, na hora. […] Primeiramente, você tem que dar, no máximo, 30% do que o animal comeria de concentrado, que é uma margem de segurança. Por exemplo, se o animal come 5 kg de concentrado (por dia), dê 1,8 litro, quase dois litros de soro nessa substituição”, ilustrou.

CUIDADOS

Logo depois, Marquez alertou para os problemas que o consumo excessivo do soro de leite na dieta do gado pode trazer. “Você não pode dar muito soro porque você pode matar a população microbiana do rúmen. Aí a vaca para de ruminar, vai parar de comer e pode vir até chegar em óbito. Então precisa ficar bem ciente disso”, reforçou.

Além disso, o zootecnista frisou o recado para que o pecuarista não sirva o soro de leite azedo. “Agora, ele tem alguns problemas. Como você tem o laticínio e você faz queijo e o soro está ali, é perfeito! Você economiza na logística, que é um dos grandes fatores de se tomar a decisão de usar ou não soro. Contudo, você tem que lembrar que o soro é como se fosse um organismo vivo. Ele é altamente perecível. De um ou dois dias para o outro, ele azeda. E, azedando, ele faz mal para a vaca. Então, a administração tem que ser diária e tem que ser uma produção da hora. Tirou o soro hoje, vai trabalhar de tarde com as vacas”, acrescentou.

Em conclusão, Marquez aprovou o insumo como componente da dieta das vacas, sobretudo pelo produto fresco e de fácil logística para servir ao gado. “Lembre-se da margem de segurança. 30% da ração que você dá, você substitui pelo soro. E aí, meu amigo, é correr para o abraço. Isso diminui o custo de produção porque o soro está ali, faz parte do seu processo. Lembrando que o que é mais caro dentro da nutrição é a ração. Veja que você estará economizando, de cara, 30%”, calculou.

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Assim como o telespectador acima, você também pode ser sua dúvida sobre gado de leite atendida. Envie para o programa no link do Whatsapp do Giro do Boi, pelo número (11) 9 5637 6922 ou ainda pelo e-mail [email protected].

Por fim, assista a resposta completa do pelo vídeo a seguir:

Foto ilustrativa: Reprodução / Mapa