FINAL DAS ÁGUAS!

Como preparar o pasto para a seca e manter o desempenho do gado?

Especialista alerta: seca chega todo ano e exige planejamento para garantir pasto e produtividade. Assista ao vídeo

Como preparar o pasto para a seca e manter o desempenho do gado?
Como preparar o pasto para a seca e manter o desempenho do gado?

A seca já começa a dar sinais em várias regiões do Brasil, e quem não se antecipar, pode sofrer com a perda de qualidade nas pastagens e prejuízos na engorda do rebanho. Assista ao vídeo abaixo e confira em detalhes este recado!

No Giro do Boi desta sexta-feira (16), o engenheiro agrônomo Wagner Pires, especialista em pastagens pela Esalq-USP, deu o recado direto: “Todo ano a seca vem, e ela já está chegando”.

Segundo o consultor, que também é autor do livro “Pastagem Sustentável de A a Z”, o segredo está em entender o comportamento da planta e agir antes que o capim entre em estresse hídrico.

Ou seja, não dá pra esperar a seca começar: a preparação precisa ser feita ainda com o pasto verde.

Adube agora e fortaleça as raízes do capim

Detalhe de adubo com matéria orgânica. Foto: Divulgação
Detalhe de adubo com matéria orgânica. Foto: Divulgação

Wagner explica que, após 30 dias sem chuva, a umidade do solo já baixa para 30 cm de profundidade, e após 60 dias, atinge até 1 metro.

Só que a maioria das raízes do capim não alcança essa profundidade. A solução? Estimular o crescimento radicular com cálcio, fósforo e nitrogênio.

Esses nutrientes devem ser aplicados em forma de nutrição foliar, com produtos ricos em aminoácidos, ácidos fúlvicos, nitrogênio e fósforo.

“Eles entram rápido na planta, até duas horas depois da aplicação, e ajudam a formar raiz. Com isso, o pasto aguenta mais tempo durante a seca”, orienta Wagner.

Mesmo sendo uma ação de curta duração – de dois a três meses –, o custo é baixo e o retorno é garantido, especialmente se o pasto ainda está verde e em fotossíntese.

Reduza a lotação e evite o colapso da fazenda

Bovinos em engorda na terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Reprodução
Bovinos em engorda na terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Reprodução

Outro ponto fundamental é o ajuste da taxa de lotação. A pastagem produz 70% do volume anual na época das águas e apenas 30% na seca. Para manter o equilíbrio, o produtor deve:

  • Vender gado mais pesado
  • Manter apenas categorias leves
  • Organizar a fazenda com menor pressão sobre o pasto

“Não adianta querer manter o mesmo número de bois com menos capim. Vai sobrar osso e faltar comida”, reforça o especialista.

Acompanhe todas as atualizações do site do Giro do Boi! Clique aqui e siga o Giro do Boi pela plataforma Google News. Ela te avisa quando tiver um conteúdo novo no portal. Acesse lá e fique sempre atualizado sobre tudo que você precisa saber sobre pecuária de corte!

Tenha um plano B: comida pronta para garantir desempenho

Detalhe de silagem de capiaçu. Foto: Reprodução
Detalhe de silagem de capiaçu. Foto: Reprodução

Para Wagner Pires, todo pecuarista precisa ter um plano B, e isso significa armazenar forragem. As opções incluem:

  • Silagem (milho, sorgo ou cana)
  • Capineira de capiaçu
  • Feno ou pré-secado

Com a forragem estocada, é possível implementar sistemas como o RIP (Recria Intensiva a Pasto) e a TIP (Terminação Intensiva a Pasto).

Nesses modelos, o gado é alimentado com ração no cocho e mantido no pasto, garantindo ganho de peso mesmo com pastagem limitada.

A hora é agora: aproveite o fim das águas

Wagner finaliza o alerta com um recado direto ao produtor:

“Dá tempo de fazer. Corre, adube seu pasto, diminua a lotação e estoca comida. Ou então, prepare o lombo, porque o prejuízo vem”. E completa: “Pasto bem manejado é lucro certo na seca”.

News Giro do Boi no Zap!

Quer receber o que foi destaque no Giro do Boi direto no seu WhatsApp? Clique aqui e entre na comunidade News do Giro do Boi.