Nesta terça, 7, o Giro do Boi recebeu mais uma vez o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia, para atualizar previsões do clima para a principais regiões produtoras de gado de corte do Brasil.
Ele apresentou gráficos para mostras os comportamentos das chuvas e temperaturas para todo o Brasil entre novembro de 2017 e fevereiro de 2018. “A grande novidade é que não tinha chovido, ou a chuva ainda era muito irregular. O mês de outubro foi caracterizado pelo tempo seco e calor extremo. De lá para cá, a chuva se espalhou para o interior do Nordeste, em Brasília voltou a chover depois de seis meses”, resumiu o especialista, fazendo contraponto à sua última participação em outubro (clique no link abaixo para relembrar).
+ Previsões do tempo: como o clima impactará o pecuarista em 2017 e 2018?
Veja abaixo as previsões climáticas para os meses de novembro e dezembro ainda em 2017 e janeiro e fevereiro do início de 2018:
NOVEMBRO
A tendência é que a partir da segunda semana deste mês chova entre os estados da Bahia (na região de Teixeira de Freitas e ao oeste do estado), norte de MG, nordeste de Goiás e sudeste do Tocantins em volumes superiores a 150mm. “O problema é que a chuva não persiste. Por um lado é um bom sinal porque haverá janelas favoráveis ao trabalho no campo, mas nas áreas em que o lençol freático ainda está baixo, então o ideal seria o ciclo hídrico voltar ao normal, chover por mais tempo”, afirmou Oliveira. Segundo o meteorologista, até o fim de novembro haverá um efeito gangorra, em que ora as chuvas ocorrem ao Centro-Norte do Brasil, ora voltam para o Sul.
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DEZEMBRO
No mês seguinte, as chuvas voltarão ao normal no Sudeste, Centro-Oeste, Norte e parte do Nordeste. A má notícia é que nas áreas que estão ocorrendo chuvas em novembro, as precipitações serão enfraquecidas no mês de dezembro. “O mapa não mostra a ausência completa de chuvas, mas o pecuarista tem que ficar atento porque o que aconteceu em novembro não deve acontecer em dezembro. A chuva perde intensidade em Minas Gerais, Espírito e Bahia e fica mais intensa no Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul e oeste do Mato Grosso, na região do Vale do Guaporé”, resumiu Oliveira.
JANEIRO
No início de 2018, chama atenção o segundo mês seguido com cenário de chuvas inferiores à média histórica entre Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Isto acontece porque as frentes frias não chegam nestas regiões, apenas na Região Sul, por isso as chuvas mais intensas no Rio Grande do Sul. “Isto vem acontecendo nos últimos anos. Não é à toa o racionamento de água em Brasília. A frente fria não chega ao Brasil Central, não enche os reservatórios. Mas teremos chuvas acima da média entre o Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e o Norte.
FEVEREIRO
Neste mês haverá mais chance de uma chuva persistente, contínua, provocar atoleiros na região Sul, em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. “Tem um maior potencial para dias chuvosos e temperaturas baixas, solo encharcado. A chuva continuará inferior à média no ES, MG e BA. Isto ocorre porque o Oceano Atlântico está frio. No Nordeste nós tivemos um dos invernos mais frios dos últimos anos. E quando o oceano está frio, ele não evapora água, não passa umidade para o sistema e não prova tanta chuva. Para dos valores negativos de chuva tem a ver com isso. Enquanto fez frio entre o Nordeste e o Espírito Santo, está quente na Argentina, Uruguai e Região Sul do Brasil”, explicou o profissional da Somar Meteorologia.
Em entrevista ao Giro do Boi, o especialista ainda lançou alerta para produtores da região de Teixeira de Freitas, que terá chances de estiagem estendida após a incidência das próximas chuvas, e disse que o Pará pode ter excesso de chuvas entre o final do verão e início do outono de 2018 pela possibilidade de ocorrência do fenômeno La Niña.
Confira a entrevista completa de Celso Oliveira ao Giro do Boi desta terça:
