Como ganhar dinheiro com gado de corte? Conheça as práticas de quem lucra com a atividade

Zootecnista Antônio Chaker apresenta com exclusividade dados preliminares do levantamento de benchmarking da safra 2016-17; lançamento oficial acontece em 05 de dezembro na capital do MS, Campo Grande

Nesta quinta-feira, 02, o Giro do Boi apresentou com exclusividade e em primeira mão resultados preliminares do levantamento de benchmarking da safra 2016/17 do Inttegra (Instituto Terra de Métricas Agropecuárias) e da consultoria Terra Desenvolvimento. Quem antecipou alguns dos números ao apresentador Mauro Sérgio Ortega foi o zootecnista, mestre em produção animal e diretor do Inttegra, Antônio Chaker.

“A gente entendeu que os resultados entre as fazendas variam muito e foi tentar responder o porquê. E o único jeito é através de números”, disse Chaker, lembrando a ideia de fazer o primeiro levantamento de benchmarking, que já está na sétima edição.

Neste ano, o estudo contemplou 285 fazendas, totalizando 1,08 milhão de cabeças localizadas em 888,3 mil hectares na Bolívia, Brasil e Paraguai. Veja abaixo as principais estatísticas:

“O resultado por hectare é medido por quanto dinheiro sobrou de cada hectare de área aberta de pastagem por ano. A média foi R$ 73 que sobrou no bolso do pecuarista. É mixaria, inaceitável. Por outro lado, inspira a gente saber que os trinta ganharam R$ 486, enquanto os Top 20 ganharam R$ 590 e os dez melhores, R$ 780”, ressaltou Chaker. “É a mesma atividade, porém a gente pode falar de água e vinho. E a cada ano a distância entre a média e os melhores só aumenta”, completou o consultor, que revelou ainda que, entre os melhores, há quem lucre mais de R$ 1.400,00 por hectare ao ano.

Já a taxa interna de retorno variou de uma média de 0,25% até 2,07%. “A média teve um TIR que é menos da metada da poupança. Comparando com renda fixa, nem se fala”, espantou-se.

Na produção de arrobas por hectare ao ano, outra grande diferença entre a média e as melhores, saindo de 8,8 (média) para 17,4 (top 30), 21 (top 20) e 28,1 (top 10). “Lembrando aqui que a média nacional é de quatro arrobas por hectare ao ano, quase a metade”, lamentou.

Uma das principais descobertas desta edição do benchmarking é que a evolução da atividade elevou o patamar de produção em que a atividade ainda é lucrativa. “É curioso mostrar que antes a gente tinha uma curva de inflexão que parava na 12ª, 13ª arroba. A nossa pecuária evoluiu tanto que não é raro ver fazendas produzindo mais de 20@ por hectare ao ano lucrando”, ponderou o zootecnista, referindo-se ao gráfico do resultado da operação pecuária em R$/ha. “O pecuarista do futuro vai produzir 30@ com segurança, até tem muito mais que isso, mas hoje o foco e a visão têm que ser em 20 @/ha/ano”, complementou.

Segundo Chaker, a interpretação não deve ser de que há prejuízo certo para quem passa hoje das 20 arrobas por hectare ao ano, mas apenas um entendimento de que há um aumento de risco da atividade, por conta de o nível de desembolso por cabeça ser mais alto e a taxa de lotação crescer, por exemplo. “O pecuarista se expõe ao risco e isto é para poucos”, acrescentou.

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Segundo o zootecnista, o estudo deve servir de inspiração para os produtores que querem evoluir em seus resultados. “Se alguém consegue chegar em algum lugar, a grande maioria também poderia. Por isso o nome do nosso evento: o sucesso deixa rastros”, frisou Chaker, lembrando do evento de lançamento completo do estudo de benchmarking 2016/17.

O Encontro de Gestores – O Sucesso Deixa Rastros será realizado em Campo Grande-MS no dia 05 de dezembro e tem inscrições abertas pelo site www.melhoresdapecuaria.com.br. Além das apresentações de resultados zootécnicos e financeiros, haverá palestra de Amyr Klink, o navegador brasileiro, já confirmada.

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Veja os gráficos e as interpretações de Antônio Chaker em sua entrevista ao Giro do Boi na íntegra clicando no vídeo abaixo: