
A expansão de um plantel de quase três mil matrizes para a meta de 10 mil vacas em reprodução, no calor extremo de Roraima, exige uma estratégia de cruzamento focada em padronização e adaptação.
O criador Patrick Bertelli, de Bom Jardim, busca a raça certa para unificar a pelagem do seu rebanho misto (Nelore, Meio-Sangue Aberdeen e Senepol) e garantir a produção de carne de qualidade.
Alexandre Zadra, zootecnista e especialista em genética, orienta que o foco deve ser sempre em animais com pelo curto, liso e brilhante (característica slick hair), que ofereçam conforto térmico no clima quente do Norte. Zadra propõe uma estratégia de cruzamento terminal que resultará em uma maior padronização de pelagem preta ou com pelo zero.
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Estratégias de cruzamento por categoria de matriz
Para padronizar o rebanho e manter a adaptação, o especialista sugere cruzar as matrizes com touros que complementam as características genéticas já existentes. Confira:
- Matrizes Nelore Puras:
- Para reposição (matrizes superiores): usar Nelore superior para precocidade sexual e habilidade materna.
- Para abate (matrizes de pior qualidade): usar Angus ou Black Simental (Simental preto e mocho) para gerar animais F1 de alta qualidade e com melhor acabamento de carcaça.
- Matrizes Meio-Sangue (Angus x Nelore): para evitar excesso de sangue europeu, Zadra recomenda o Caracu Mocho. O Caracu é um taurino adaptado que vai gerar um animal Tricross Taurino com pelo zero, ideal para o clima de Roraima.
- Matrizes Azeboadas (¾ Zebu): a melhor opção é o Brangus. Ele gerará animais pretos com pelo zero e um bom choque de sangue (heterose).
- Matrizes Senepol (Pelo Zero): usar o Black Simental. Ele é um europeu de grande porte que, sobre o Senepol (raça de pelo zero e menor porte), gerará animais Meio-Sangue, tropicais e com pelo zero.
Padronização e qualidade da carcaça
Ao seguir essa estratégia, a padronização será majoritariamente de animais pretos, que são altamente valorizados nos programas de bonificação da indústria.
A chave do sucesso em Roraima é usar a raça certa para cada matriz. O uso do Brangus e do Caracu, raças que combinam rusticidade com qualidade de carne, garantirá que o pecuarista consiga atingir a meta de 10 mil vacas, produzindo carcaças de qualidade que serão bem recebidas pelo mercado regional.
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