FESTA JUNINA

Charque, carne-seca ou carne do Ceará: saiba por que iguaria é tradição no São João

Charque é destaque no São João por seu sabor marcante e versatilidade em pratos típicos das festas juninas. Entenda por que essa carne faz história

Charque, carne-seca ou carne do Ceará: saiba por que iguaria é tradição no São João
Charque, carne-seca ou carne do Ceará: saiba por que iguaria é tradição no São João

No coração das festas juninas, o charque, também chamado de carne-seca ou carne do Ceará, ganha protagonismo nas mesas, especialmente no Nordeste e no Sul do Brasil.

Neste 24 de junho, Dia de São João, data que marca uma das maiores celebrações do país, a iguaria mostra por que é símbolo de tradição e sabor.

Festa de São João em Campina Grande (PB). Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Presente em receitas como o bolinho de fubá com charque, a carne salgada e desidratada combina com ingredientes típicos do período, como o milho e o queijo. Esse prato, conhecido também como bolinho de saia, remete ao clima das quadrilhas e das festas ao redor da fogueira.

O sabor marcante e a durabilidade do charque o tornaram um aliado da culinária regional, valorizando o aproveitamento integral dos alimentos e a preservação das tradições locais.

O que é o charque e por que é tão valorizado?

Carne-seca em fatias. Foto: www.swift.com.br

De acordo com a legislação brasileira, o charque é carne bovina salgada e dessecada, podendo também ser chamada de carne-seca, jabá ou carne do Ceará, entre outros nomes.

É uma forma ancestral de conservar carne, usada muito antes da invenção da refrigeração. Além de prolongar a vida útil da carne, o processo realça seu sabor, tornando-a ideal para pratos típicos da culinária caipira e sertaneja.

Na região de Pelotas (RS), por exemplo, a Charqueada São João mantém viva essa história. O local é um patrimônio cultural que oferece visitas guiadas e mostra como o charque influenciou a economia e a culinária da região.

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Como fazer charque em casa: tradição que resiste ao tempo

Prato com carne-seca. Foto: www.minhareceita.com.br

Mesmo com tecnologias modernas, a produção artesanal de charque ainda é comum em várias regiões. O processo é relativamente simples, mas exige paciência:

  1. Escolha da carne: prefira cortes magros como patinho, coxão mole ou alcatra.
  2. Corte adequado: pedaços com cerca de 3 cm de altura e até 10 cm de comprimento.
  3. Salga: use sal grosso em recipiente não metálico, cobrindo totalmente a carne.
  4. Descanso: deixar salgar por 7 dias, eliminando líquidos acumulados.
  5. Tombamento diário: virar a carne para salga uniforme.
  6. Lavagem: retire o sal externo com água corrente.
  7. Secagem: pendurar em local ventilado e ensolarado por até 20 dias.

Esse processo garante um produto final com alta durabilidade, excelente sabor e menor risco de contaminação — ideal para o preparo de pratos típicos como feijão-tropeiro, baião de dois e, claro, o bolinho de fubá com charque.

Muito além da fogueira: cultura e sabor no prato

Prato com carne-seca. Foto: www.minhareceita.com.br

O charque não é apenas um ingrediente. Ele é um pedaço da história do povo brasileiro, principalmente de quem vive no Sertão ou na Campanha.

Ao lado de símbolos como a fogueira, os fogos e a quadrilha, ele marca presença nas comemorações de São João como um elo entre passado e presente.

Mais do que isso, o charque é uma solução prática e saborosa que respeita o tempo da natureza e o saber popular, características valorizadas por quem vive e produz no campo. Seja comprado pronto ou preparado em casa, ele mantém viva a essência da comida de verdade, feita com dedicação e raiz.

Receitas para se deliciar com o charque neste São João

Prato com carne-seca. Foto: www.minhareceita.com.br

O Giro do Boi selecionou três receitas da plataforma Minha Receita. Acesse os links e experimente!

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