MARMOREIO CLÁSSICO

Charolês: bovino secular produz carne reconhecida mundialmente

A origem do gado Charolês remonta à idade média e a raça é conhecida por produzir cortes macios, marmorizados e saborosos.

Pelagem de cor branca, com variações para o branco-creme, grande porte, musculatura robusta, focinho rosa, largo e destacado, o gado Charolês é mundialmente reconhecido pela qualidade de sua carne, com cortes macios, marmorizados, saborosos e suculentos.

Originária da região central da França, província de Charolais, que deu origem ao seu nome, ainda no século XVIII, o Charolês sempre foi usado como grande fornecedor de carne, além de ter sido usado como animal de tração, ainda na idade média.

A partir do início da década de 1900, o rebanho francês cresceu, com foco na produção de proteína vermelha. Em cerca de meio século, o plantel do país saltou de um milhão, para mais de dois milhões de cabeças.

Daí em diante, ganhou o mundo, como opção na produção de carne de excelente qualidade, estando presente, atualmente, em quase 70 países, em 5 continentes.

O Charolês no mundo

Raça Charolês está presente em cinco continentes pelo mundo. (Foto: ABCC)
Raça Charolês está presente em cinco continentes pelo mundo. (Foto: ABCC)

Amplamente utilizada na Europa, a raça Charolês foi, aos poucos, ganhando o mundo. No continente africado, o Charolês, com boa adaptação, passou a ser usado como opção de cruzamentos com raças zebuínas, principalmente o Brahman. 

Na Rússia, o Charolês é amplamente utilizado no cruzamento com as raças autóctones, como a Alentejana, Algarvia, Arouquesa, Barrosã, Brava, Cachena, Garvonesa, dentre outras.

Nas Américas, o Charolês ganhou plantéis estruturados nos Estados Unidos e Canadá, assim como Argentina e Uruguai mais recentemente, que caminham para rebanhos com um número de animais cada vez mais expressivo.

Charolês no Brasil

Linhagehm brasileira do Charolês envolve sangue Francês, Inglês e Argentino. (Foto: ABCC)
Linhagem brasileira do Charolês envolve sangue Francês, Inglês e Argentino. (Foto: ABCC)

A chegada do Charolês no Brasil data de 1885, com a importação de dois reprodutores da raça pelo governo imperial. O Rio Grande do Sul foi a primeira parada, como relatam os arquivos da Escola de Agronomia “Elyseu Maciel”, na cidade de Pelotas. 

Somente a partir de 1920, foi que diversos criadores da região Sul do Brasil fizeram novas importações de genética Charolês. 

Na década de 1960 o Charolês já era encontrado em estados como o Ceará, a Bahia, Sergipe, Pará e Maranhão. Nos dias de hoje, o rebanho brasileiro é um dos maiores do mundo e já alcançou mais de 150 mil registros.

Linhagem brasileira do Charolês

O Charolês no Brasil é amplamente utilizado no cruzamento com zebuínos, para produção de carne premium. (Foto: ABCC)
O Charolês no Brasil é amplamente utilizado no cruzamento com zebuínos, para produção de carne premium. (Foto: ABCC)

O Charolês brasileiro é uma junção da linhagem francesa, com animais de maior porte muscular, com a inglesa, de animais mais altos e compridos, e com o sangue Charolês Argentino, que produziu animais intermediários entre o Francês e o Inglês.

O resultado é um animal de grande porte, boa musculatura e aptidão aos cruzamentos industriais com animais de sangue Zebu, como o nelore e o Brahman.

O resultado agrada muito em precocidade, adaptação, rendimento de carcaça e atende ao paladar dentro e fora do Brasil, em marmoreio, maciez, suculência, sabor e qualidade de carne.

Os cortes de animais cruzados com sangue Charolês, atendem linhas especiais de carnes premium no Brasil, como a 1953, da Friboi.