
A recria intensiva a pasto (RIP) tem se consolidado como um modelo altamente lucrativo para a pecuária de corte brasileira. A Fazenda Nossa Senhora das Lourdes, localizada em Conceição do Rio Verde (MG), é a prova de que é possível atingir 1 arroba por mês com bom manejo, foco em pastagem e suplementação estratégica. Assista ao vídeo abaixo e confira esta história.
Durante o Giro do Boi desta quinta-feira (17), os resultados da propriedade foram apresentados em um bate-papo com o zootecnista Rodrigo Gennari, líder de projetos do programa Fazenda Nota 10 (FN10), e com o pecuarista Gustavo Meirelles Torres, titular da fazenda e administrador de empresas.
A força da RIP: do planejamento à execução

A fazenda tem pouco mais de 300 hectares, dos quais 280 são de pastagens, e trabalha exclusivamente com recria.
A decisão de abandonar a recria-engorda veio após análises de indicadores técnicos e financeiros coletados com o apoio do programa Fazenda Nota 10 e do SENAR.
“O nosso foco está 100% na RIP porque foi o sistema que garantiu melhor rentabilidade. Começamos comprando bezerros de 6 a 7 arrobas e levamos até 13 arrobas em apenas 9 meses, com suplementação de 1% do peso vivo. Dependendo do mercado, ajustamos para 2% no fim do ciclo”, explica Gustavo.
Resultados surpreendentes com baixo custo

Os números da Fazenda Nossa Senhora das Lourdes impressionam:
- Ganho médio diário (GMD): 1 kg por dia em média
- Lucro por arroba: R$ 190
- Custo da arroba produzida: R$ 108
- Desembolso por cabeça/mês: R$ 45 (metade da média nacional da RIP)
- Margem líquida: 60%, contra apenas 3% da média das fazendas de recria
“Não é quem produz mais que ganha mais, é quem desembolsa melhor. E nessa fazenda, o arroz com feijão bem feito virou receita de lucro”, destacou Gennari.
Investimentos que valem a pena

O sucesso da fazenda não veio do dia para a noite. Foram mais de cinco anos de investimento em pastagens, melhoria na infraestrutura e aperfeiçoamento no manejo.
Hoje, 90% dos piquetes estão consolidados, o que permite um uso mais eficiente da suplementação.
A rotatividade dos animais também é destaque. A propriedade consegue vender a boiada antes mesmo da próxima desmama, liberando o pasto para o novo lote, o que mostra a eficiência do sistema.
Manejo bem feito é diferencial

Além da pastagem de qualidade, a propriedade também se destaca pelo cuidado com água limpa, manejo diário do gado, suplementação estratégica por categoria e atenção ao bem-estar animal.
“Os bois vão dar bom dia no bebedouro, são mansos, e isso também impacta positivamente no ganho de peso e na taxa de prenhez das fêmeas”, disse Gennari.
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Recado aos pequenos e médios pecuaristas

Um alerta importante: não venda o boi no meio do caminho. Faça a RIP, entre num TIP ou use um boitel. Produza a arroba até o fim e capture o lucro que é seu por direito.
A fazenda mineira é uma inspiração para propriedades menores que querem fazer mais arrobas com menos custo, adotando um sistema intensivo, tecnificado e acessível com planejamento de longo prazo.
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