No Giro do Boi desta terça-feira, 18 de junho, abordamos um tema crucial para o futuro da pecuária brasileira: a rastreabilidade de rebanhos. Em uma conversa com Fábio Dias, diretor de Pecuária da Friboi e líder de Agricultura Regenerativa da JBS, exploramos como a Austrália pode servir de inspiração para o Brasil no processo de rastreamento de 100% do rebanho bovino. Assista ao vídeo abaixo e confira.
A necessidade de um sistema eficiente de rastreamento de rebanhos se torna cada vez mais evidente diante das exigências de mercado e dos critérios socioambientais.
A importância de um sistema de rastreabilidade eficiente
Com um rebanho de mais de 26 milhões de cabeças, o Pará, segundo maior do país, estabeleceu metas ambiciosas para rastrear seus animais até dezembro de 2026.
De acordo com Fábio Dias, o governador Helder Barbalho publicou um decreto em novembro do ano passado, instituindo o programa de integridade da pecuária, que visa a melhoria da pecuária como um todo, com foco na rastreabilidade individual.
Visita técnica à Austrália
Para entender como aplicar um sistema de rastreamento tão avançado, Fábio Dias e uma equipe técnica da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e da indústria frigorífica viajaram à Austrália, um país com uma das pecuárias mais evoluídas do mundo.
A missão foi conhecer de perto como a rastreabilidade é realizada lá.
“Com um rebanho de 25 milhões de cabeças, o mesmo tamanho do rebanho do Pará, a Austrália serve como um exemplo claro de que é possível implementar um sistema de rastreamento eficiente, mesmo em um território oito vezes maior.”
Fábio Dias
Implementação e desafios no Brasil
A partir de julho, o Pará começará a primeira etapa de rastreamento individual de animais em trânsito, com a perspectiva de expandir para todos os rebanhos até 2026. A visita à Austrália foi inspiradora para a equipe técnica brasileira.
“Foram seis dias de intenso aprendizado, visitando fábricas de brinco, confinamentos, recintos de leilão e o órgão governamental responsável pelo sistema de rastreamento, o NLIS.”
Comparando os sistemas de rastreamento
Dias explicou que a rastreabilidade na Austrália é feita desde a fazenda de nascimento dos bezerros, garantindo que cada animal seja monitorado ao longo de sua vida.
Um único brinco é utilizado, aprovado pelo NLIS, com uma taxa de retenção acima de 96,5% ao longo de três anos. Este sistema simples, mas eficaz, proporciona um alto nível de transparência e confiança na cadeia de fornecimento de carne.
Perspectivas futuras para o Brasil
Segundo Dias, a implementação de um sistema semelhante no Brasil é não apenas desejável, mas necessária para atingir o nível de transparência e controle visto em países como Uruguai e Austrália.
A expectativa é que todo o rebanho do Pará seja rastreado até 2026, e espera-se que este modelo seja expandido para outras regiões do Brasil. É uma questão de adaptar as melhores práticas internacionais à particularidades brasileiras.
Apoio à sustentabilidade e transparência no setor
O avanço na rastreabilidade não só melhora o controle e a eficiência da produção, mas também responde às demandas de mercados internacionais por transparência e sustentabilidade.
“A rastreabilidade individual é um diferencial competitivo e um requisito para acessar mercados exigentes.”
Fábio Dias
A Friboi já está se preparando para essa transformação, com medidas sendo adotadas em suas operações, como o projeto-piloto em Marabá (PA), que está testando o sistema de rastreamento individual.
A visita técnica à Austrália demonstrou que a rastreabilidade total do rebanho é viável e vantajosa. Com a implementação gradual no Pará e a perspectiva de adoção em todo o Brasil, o País está dando passos significativos para elevar seus padrões de produção e consolidar sua posição no mercado global de carne bovina.
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