A pecuária brasileira avança rumo a um novo patamar de transparência e sustentabilidade com a implantação da rastreabilidade individual do rebanho no Estado do Pará. A iniciativa pioneira, que identificará 27 milhões de cabeças de gado até o final de 2026, já está em andamento e promete transformar o setor. Assista ao vídeo abaixo e confira.
O modelo, fruto de um decreto estadual, torna obrigatória a identificação de todos os bovinos em trânsito no estado a partir de 2026.
A expectativa é que essa exigência, iniciada no segundo maior rebanho do país, se expanda para outros estados, consolidando o Brasil no mercado global de carne bovina com total rastreabilidade.
Como funciona o rastreamento individual?
A estratégia adotada no Pará já está sendo aplicada na prática. Em 2023, uma prova de conceito realizada nas unidades da JBS-Friboi em Marabá e Redenção testou a viabilidade da identificação individual de bovinos, com resultados positivos em mais de 200 propriedades.
“Ficou claro que é possível implementar a rastreabilidade em qualquer tipo de fazenda, desde as mais tecnificadas até as mais simples”, destacou Fábio Dias, diretor de Pecuária e Agricultura Regenerativa da JBS-Friboi, em entrevista ao Giro do Boi.
Para facilitar a adesão, o governo estadual garantiu a identificação gratuita de todos os bovinos pertencentes a pequenos produtores com até 100 cabeças. Além disso, uma doação robusta de 2 milhões de brincos eletrônicos feita pela JBS, em parceria com a organização TNC, ajudará a acelerar o processo.
A rastreabilidade e a demanda do mercado internacional
O rastreamento individual não é apenas uma exigência local, mas uma necessidade global. Países como Austrália e Uruguai, que há décadas rastreiam 100% de seus rebanhos, conquistaram mercados com maior valorização da carne bovina.
“O consumidor quer saber a origem do alimento que consome, e isso não se limita à pecuária. A rastreabilidade já é exigida em diversos setores, desde ovos até o café”, explicou Dias.
Ele destacou que a individualização do controle trará ainda mais credibilidade à carne brasileira, garantindo acesso aos mercados mais exigentes.
O Brasil já possui um dos sistemas mais robustos de controle de trânsito animal, com a Guia de Trânsito Animal (GTA). Agora, com a rastreabilidade individual, será possível mapear toda a trajetória do bovino, desde o nascimento até o abate, agregando valor à produção pecuária.
A Plataforma de Transparência na Pecuária (PPT) e o futuro da rastreabilidade no Brasil
A JBS-Friboi também aposta na Plataforma de Transparência na Pecuária (PPT) para ampliar o controle da cadeia produtiva. A ferramenta permite que os pecuaristas informem voluntariamente a origem dos animais comprados, garantindo mais segurança ao processo.
Atualmente, 100% dos fornecedores da JBS já estão cadastrados na PPT, que está se tornando uma referência no setor. Segundo Dias, a rastreabilidade individual será um complemento essencial a esse sistema, tornando o controle ainda mais eficiente e preciso.
Um modelo que pode se expandir para todo o País
A iniciativa paraense segue as diretrizes do Plano Nacional de Rastreabilidade Individual, publicado pelo Ministério da Agricultura em 2024. Embora a implementação varie conforme a decisão de cada estado, a estrutura adotada no Pará já está alinhada com os padrões nacionais e internacionais.
Além do Pará, Santa Catarina já pratica a rastreabilidade individual há anos, e países vizinhos como Argentina e Paraguai estão avançando rapidamente na adoção desse modelo.
A rastreabilidade não é uma tendência passageira – é uma realidade que define o futuro da pecuária brasileira. O modelo adotado no Pará coloca o Brasil na vanguarda do setor e deve servir de exemplo para os demais estados, garantindo maior valorização do gado brasileiro no mercado global.
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