O Pará, dono do segundo maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 27 milhões de cabeças, está revolucionando a pecuária nacional com a implantação do sistema de rastreabilidade individual dos animais. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes.
Desde 2023, o estado rastreia bovinos e bubalinos desde o nascimento até o abate, tornando-se pioneiro na adoção de uma tecnologia que visa monitorar cada indivíduo do rebanho.
Segundo Bárbra Lopes, médica-veterinária e gerente de rastreabilidade da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), a meta é identificar todo o rebanho paraense até dezembro de 2026.
Um sistema de rastreabilidade único para um Estado estratégico
A rastreabilidade no Pará foi instituída por decreto estadual dentro do Programa de Pecuária Sustentável, que se baseia em três pilares, sendo um deles o monitoramento individual dos animais.
Bárbra destaca que o sistema foi desenvolvido com base em experiências internacionais, incluindo visitas a países como Austrália e Uruguai, mas adaptado às particularidades do estado, localizado na Amazônia. A tecnologia traz benefícios diretos para a defesa sanitária, permitindo respostas rápidas em emergências e fortalecendo a credibilidade da carne brasileira nos mercados nacional e internacional.
Identificação em duas etapas
A identificação será obrigatória em duas etapas: até dezembro de 2025, todos os animais destinados ao trânsito interestadual deverão ser identificados com bottons eletrônicos e visuais.
Já em 2026, o objetivo é abranger todo o rebanho paraense, incluindo aqueles que não estão em movimentação.
Esse sistema garante um controle completo da origem dos animais, desde o nascimento, promovendo mais transparência e rastreabilidade.
Implicações para o mercado e a exportação
A rastreabilidade não apenas atende às exigências dos mercados internacionais, como da União Europeia, mas também acompanha uma tendência crescente entre consumidores que demandam sustentabilidade e informações sobre a origem dos alimentos.
O sistema desenvolvido pelo Pará utiliza a numeração oficial “076”, equivalente a um “CPF animal”, garantindo a identificação e rastreabilidade de cada indivíduo. Diferentemente do SISBOV, que se aplica principalmente a animais para exportação, o novo modelo paraense abrange todo o ciclo produtivo.
Sistema de gestão de pecuarista
A gerente da Adepará reforça que a implementação do sistema beneficiará a gestão dos pecuaristas, além de evitar questionamentos sobre a qualidade e origem da carne brasileira no mercado global.
“O Pará está mostrando que é possível liderar a pecuária sustentável em um território com desafios únicos, como o bioma amazônico”, explica Bárbra Lopes.
Adaptação e desafios
Apesar de ser uma exigência legal e uma tendência global, a adesão ao sistema de rastreabilidade exigirá esforços significativos de todos os pecuaristas paraenses. Até agora, 1.200 animais já foram cadastrados na fase piloto do programa.
Para facilitar o processo, o estado está capacitando operadores especializados que auxiliarão os produtores na implementação da tecnologia RFID.
A Adepará estima que o cumprimento do prazo será possível com o engajamento de todos os envolvidos na cadeia produtiva.
“Quanto mais cedo o produtor aderir, mais tempo terá para ajustar seu manejo e obter vantagens competitivas no mercado”, orienta Bárbra.
Com o pioneirismo do Pará, o Brasil avança em direção a uma pecuária mais sustentável e alinhada às exigências globais. A rastreabilidade se consolida como um marco para garantir a qualidade e a competitividade da carne nacional, elevando o país a um novo patamar no cenário agropecuário.
News Giro do Boi no Zap!
Quer receber o que foi destaque no Giro do Boi direto no seu WhatsApp? Clique aqui e entre na comunidade News do Giro do Boi 2.