INCENTIVO SUSTENTÁVEL

PSA Pantanal vai pagar até R$ 100 mil por ano para quem preservar o bioma

Programa inédito do Governo de MS vai destinar R$ 1,4 bilhão anuais para ações de conservação e combate a incêndios no Pantanal

PSA Pantanal vai pagar até R$ 100 mil por ano para quem preservar o bioma
PSA Pantanal vai pagar até R$ 100 mil por ano para quem preservar o bioma

O Pantanal sul-mato-grossense está no centro de uma política pública pioneira no Brasil: o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) Pantanal.

A iniciativa, lançada pelo Governo de Mato Grosso do Sul, vai destinar até R$ 1,4 bilhão por ano para produtores rurais, comunidades tradicionais e organizações da sociedade civil que contribuírem com a preservação do bioma e a prevenção de incêndios florestais.

Programa vai reconhecer quem conserva além do exigido por lei

PSA Pantanal: apresentação oficial do novo programa do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc
PSA Pantanal: apresentação oficial do novo programa do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc

Por meio do PSA Conservação e Biodiversidade, os participantes serão remunerados por manter áreas de vegetação nativa além do mínimo legal exigido.

O valor pago será de R$ 55 por hectare ao ano, podendo chegar a R$ 100 mil por propriedade. Esses recursos são uma forma de garantir renda extra a quem protege o meio ambiente, inclusive em áreas onde a pecuária é praticada de forma sustentável.

O programa faz parte do Fundo Clima Pantanal, criado pela Lei do Pantanal, sancionada em dezembro de 2023, e tem como objetivo fomentar o desenvolvimento sustentável e proteger os ecossistemas do Pantanal, um dos biomas mais preservados do Brasil, com 84% da vegetação nativa intacta.

Combate a incêndios florestais também será remunerado

Outra frente do programa é o PSA Brigadas, que vai apoiar financeiramente projetos de prevenção e combate aos incêndios.

A iniciativa vai contemplar desde comunidades indígenas até produtores rurais organizados, financiando a estruturação de brigadas, compra de equipamentos e capacitação junto ao Corpo de Bombeiros.

“Vamos transferir recursos para que essas organizações possam se estruturar como brigadistas e atuar diretamente na linha de frente dos incêndios. Preservar o Pantanal é um desafio de todos”, destacou o secretário-adjunto da Semadesc, Artur Falcette.

Inscrições começam em junho e pagamentos já em 2025

PSA Pantanal: apresentação oficial do novo programa do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc
PSA Pantanal: apresentação oficial do novo programa do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc

As inscrições para os primeiros dois anos do PSA Pantanal abrem no final de maio ou início de junho de 2025. A expectativa do governo estadual é que os primeiros pagamentos sejam efetuados ainda em novembro de 2025, com continuidade em 2026.

Além disso, o Governo lançará um edital para selecionar uma organização da sociedade civil que ficará responsável por executar o programa junto ao Estado, construindo o sistema de inscrições e o acompanhamento dos projetos.

Licenças de supressão poderão ser convertidas em pagamentos

Uma inovação anunciada durante o lançamento do PSA Pantanal é a remuneração para produtores que optarem por cancelar voluntariamente licenças de supressão de vegetação.

Ou seja, mesmo quem já obteve autorização para desmatar, se decidir manter a área preservada, poderá ser indenizado como forma de incentivo à conservação.

Essa medida reforça o compromisso do programa com a valorização de práticas produtivas mais sustentáveis, sem comprometer a rentabilidade das propriedades rurais.

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Famasul apoia com recursos e reforça compromisso do agro

Durante o evento de lançamento, a Famasul anunciou a doação de R$ 100 mil ao Fundo Clima Pantanal, tornando-se a primeira instituição a apoiar financeiramente o programa.

“Sempre defendi que houvesse um reconhecimento pelo trabalho dos produtores rurais no Pantanal”, afirmou o presidente da entidade, Marcelo Bertoni.

O secretário de Meio Ambiente, Jaime Verruck, lembrou que o grande diferencial do programa é aliar preservação com produção.

“A meta é preservar mais e ser remunerado por isso, sem interferir na rentabilidade das fazendas”, afirmou.

Exemplo nacional de sustentabilidade

A iniciativa foi elogiada pelo Ministério do Meio Ambiente. O ministro substituto, João Paulo Capobianco, destacou o pioneirismo de Mato Grosso do Sul.

“Este é um exemplo de integração entre governos e sociedade. O trabalho desenvolvido pela Semadesc com o PSA Pantanal é referência para o Brasil”, disse.

O programa está inserido no Pacto pelo Pantanal, considerado o maior projeto de conservação via desenvolvimento sustentável já implementado no País.

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