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Pecuária brasileira pode liderar agenda climática com recuperação de pastos

A Embrapa, com sede em Campinas (SP), mapeia áreas com potencial de reforma, recuperação ou conversão em agricultura. Assista ao vídeo

Pecuária brasileira pode liderar agenda climática com recuperação de pastos
Pecuária brasileira pode liderar agenda climática com recuperação de pastos

A pecuária brasileira tem um potencial gigantesco para liderar a agenda climática global. A recuperação de pastagens degradadas é a chave para reduzir o impacto ambiental e consolidar o Brasil como um líder em sustentabilidade no agronegócio. Quer saber como a pecuária brasileira pode se tornar protagonista na agenda climática? Assista à entrevista abaixo e entenda o potencial da recuperação de pastagens.

Pecuaristas, em ano de COP 30, é fundamental destacar o quanto o agro brasileiro é sustentável e o imenso potencial que ainda temos para reduzir o impacto ambiental da pecuária de corte.

Conhecer o território, preservar as áreas nativas e, principalmente, recuperar pastagens degradadas são ações que podem alavancar o balanço da sustentabilidade e posicionar o Brasil como referência mundial.

Nesta quarta-feira, 16 de julho, o programa Giro do Boi entrevistou Gustavo Spadotti, chefe geral da Embrapa Territorial, que detalhou os dados do Plano Nacional de Recuperação de Pastagens Degradadas.

A Embrapa, com sede em Campinas (SP), mapeia áreas com potencial de reforma, recuperação ou conversão em agricultura.

Mapeamento e oportunidade de intervenção

Pasto degradado. Foto: Divulgação
Pasto degradado. Foto: Divulgação

A Embrapa Territorial utiliza dados oficiais e imagens de satélite para realizar um diagnóstico preciso do território brasileiro.

Esse trabalho não invasivo permite identificar áreas que compartilham os mesmos problemas e, mais importante, as mesmas oportunidades para o desenvolvimento sustentável.

A instituição mapeou para o Ministério da Agricultura 44 milhões de hectares de pastagens com algum nível de degradação no Brasil. Essas áreas possuem alto potencial para:

  • Conversão em pasto mais vigoroso: Reformar e recuperar a produtividade das pastagens.
  • Conversão para silvicultura: Implantação de florestas para fins comerciais ou ambientais.
  • Conversão para espécies nativas: Restauração de ecossistemas.
  • Conversão para áreas agricultáveis: Migrar de um pasto degradado para uma área de alta produtividade agrícola, gerando empregos, renda e diminuindo a pressão por novos desmatamentos.

Essa abordagem estratégica permite que as políticas públicas sejam direcionadas de forma precisa, maximizando o impacto e atendendo ao maior público possível de produtores.

Sequestro de carbono e sustentabilidade

Foto: Canva

A recuperação de pastagens degradadas não é apenas uma questão de produtividade, mas também um pilar fundamental da sustentabilidade. Uma pastagem em processo de degradação (química ou biológica) perde matéria orgânica do solo, o que leva à emissão de carbono para a atmosfera.

Projetos de recuperação de pastagens, seja para fins pecuários, agrícolas ou florestais, têm um potencial enorme para:

  • Aumentar os estoques de carbono no solo: A matéria orgânica do solo é o maior “sumidor” de carbono que temos na troposfera.
  • Reduzir emissões: Ao invés de queimar carbono para a atmosfera (como ocorre com fontes fósseis), a agricultura brasileira pode fixá-lo no solo, resultando em uma pegada de carbono negativa.

O Brasil tem a oportunidade de ser parte das soluções para os problemas climáticos globais, mostrando que a agricultura pode ser cada vez mais sustentável e não a vilã ambiental.

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O “Green Card” da agropecuária brasileira para a COP 30

O uso da teca em sistemas ILPF foi descrito e detalhado em um capítulo do livro Teca (Tectona grandis) no Brasil. Foto: Maurel Behling/Embrapa Agrossilvipastoril
O uso da teca em sistemas ILPF foi descrito e detalhado em um capítulo do livro Teca (Tectona grandis) no Brasil. Foto: Maurel Behling/Embrapa Agrossilvipastoril

O Brasil tem uma narrativa poderosa para levar à COP 30. Preservamos mais de 60% do nosso território e produzimos alimentos em apenas 30% da área, sendo o maior exportador de alimentos do mundo. Esses são dados robustos que precisam ser comunicados de forma clara e uníssona.

Gustavo Spadotti se refere ao “gráfico de atribuição, ocupação e uso das terras” como o “verdadeiro green card da nossa agropecuária”. Esse mapa demonstra, com fatos e números, que produção e preservação no Brasil andam de mãos dadas. É a realidade do nosso território.

O Brasil é um benchmark internacional no equilíbrio entre produção e preservação. Nosso Código Florestal, a extensão de áreas protegidas em unidades de conservação e terras indígenas, e o papel ativo do produtor rural na preservação são únicos no mundo.

Podemos exportar esse modelo agroambiental para outros países, incentivando seus produtores a também participarem ativamente dos processos de preservação. Atacar o desmatamento ilegal é fundamental, mas não define a totalidade do agro brasileiro, que está comprometido com a sustentabilidade e a liderança na agenda climática.

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