
O uso correto dos subprodutos da soja na dieta do rebanho, como a casquinha e o farelo, é fundamental para a eficiência nutricional e a rentabilidade da fazenda.
O engenheiro agrônomo Marcius Gracco, da Intensifique Consultoria, explica que esses produtos são totalmente diferentes em termos bromatológicos e de função, e devem ser utilizados com objetivos específicos na dieta do gado de corte e de leite.
Enquanto o farelo de soja é a fonte de proteína, a casquinha de soja é a fonte de fibra e energia que atua no metabolismo do rúmen.
Confira:
Diferença de função na nutrição animal
A principal distinção entre os subprodutos da soja reside no teor de proteína e na função da fibra:
- Farelo de Soja (alto teor de proteína): sua principal função é elevar os níveis de proteína da dieta.
- Pecuária de leite: é amplamente utilizado para otimizar a produção de leite.
- Pecuária de corte: é mais comum em proteinados e suplementos para recria, pois o uso em confinamento total pode “estourar” a proteína, tornando a dieta desnecessariamente cara.
- Casquinha de soja (fibra de alta digestibilidade): é valorizada pela forma como age no rúmen, aumentando a taxa de passagem do alimento.
- Nutrientes: tem baixo teor de proteína (em torno de 13% a 14%), mas em softwares de nutrição, pode ser colocada com 82% de Nutrientes Digestíveis Totais (NDT), pois acelera o metabolismo.
- Fibra: é útil em dietas de alto desafio ou alto concentrado, para ajustar a inclusão de fibra e manter a saúde ruminal.
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Alerta e formulação assertiva
Apesar da versatilidade, o uso de coprodutos da soja exige cautela, especialmente com a varredura e os grãos avariados, cuja qualidade nutricional não é fixa. A inclusão excessiva de grãos avariados, acima de 2,5 kg a 3 kg por animal ao dia, pode causar distúrbios digestivos.
A conclusão é que não existe receita de bolo. A dieta deve ser totalmente dependente da estratégia de produção (cocho fechado ou semiconfinamento). O produtor deve fechar a dieta com um nutricionista especializado, que considerará os insumos disponíveis, o preço regional e a necessidade específica do animal para garantir o desempenho desejado.
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