O carrapato, um problema clássico em propriedades rurais pelo País, parece estar causando mais prejuízos, especialmente no Rio Grande do Sul. Assista ao vídeo abaixo e saiba mais detalhes sobre como fazer o controle mais eficiente deste ectoparasito.
Quem deu detalhes sobre a melhor forma de manejo contra o carrapato bovino foi o médico veterinário Leandro Silva, coordenador de território da Boehringer Ingelheim.
“O problema está no pasto, pois 95% da população de carrapatos bovinos está no ambiente, como as pastagens, e apenas 5% estão nos animais”, diz Silva.
Por isso, tratar apenas os bovinos não surtirá efeito para o controle deste ectoparasito nas fazendas. O especialista foi o entrevistado no Giro do Boi desta quarta-feira, 1.
O problema é mais grave em propriedades rurais especialmente nos Estados do Sul, como o Rio Grande do Sul, pela base do rebanho ser de animais taurinos e serem mais suscetíveis ao carrapato.
Ciclo do carrapato bovino
O período de vida de um carrapato é curto e estritamente danoso se o produtor não tomar cuidado e não adotar uma forma de controle efetivo.
São ao todo 21 dias entre o parasito sair do chão, se instalar no animal, se reproduzir e voltar para o solo para botar os ovos.
Cada fêmea pode botar cerca de três mil ovos e o surto de infestação ocorre numa velocidade exponencial.
“Se considerarmos que uma fêmea coloca três mil ovos e vamos fazer um exemplo assim de que desses três mil ovos, somente a metade, 1,5 mil eclodiram, conseguiram subir no bovino, e aí, desses 1,5 mil somente a metade sejam fêmeas, 750. Imaginando que apenas metade delas botem ovos, então temos 375”, diz Silva.
Pelas contas do médico veterinário, uma única fêmea do carrapato vai ser responsável por cerca de 1,125 milhão de ovos.
“Se considerarmos somente a metade, então, o número é bem maior do que a gente imagina”, diz o especialista.
Controle correto e integrado contra o parasito
Já que a grande maioria dos carrapatos está no meio ambiente, como as pastagens, a forma de controle deve ocorrer tanto no meio ambiente quanto no ambiente.
Para isso, Silva recomenda que o produtor se atente a resistência de carrapatos a moléculas de anti parasiticidas.
O exame para isso é chamado de biocarrapaticidograma. É um teste de resistência dos carrapatos aos principais grupos químicos de carrapaticidas disponíveis no Brasil, como organofosforados, piretróides, amitraz, ivermectina, fipronil e associações.
Calendário sanitário personalizado
Com base nas informações sobre a resistência, o produtor vai descobrir os produtos que seriam mais efetivos no controle, e, assim poder estabelecer o calendário sanitário próprio da fazenda.
Silva alerta que o calendário sanitário deve ser único para a propriedade e deve ser elaborado a partir das doenças e pragas locais e que são de interesse dentro da fazenda.
Aliado a um calendário adequado e personalizado, a aplicação também deve ser feita corretamente e na dosagem correta para não influir em nova resistência dos parasitos aos carrapaticidas.
Assista ao vídeo acima e confira em detalhes sobre a distinção de aplicações de produtos pour on em bovinos.