LEITE E CARNE

Caracu, Sindi ou Simbrasil: qual melhor raça para cruzar com rebanho leiteiro?

A busca pela terceira raça em um tricross é uma estratégia eficaz para turbinar o rebanho com heterose, mantendo a produtividade e a adaptação 

Caracu, Sindi ou Simbrasil: qual melhor raça para cruzar com rebanho leiteiro? (Foto: Reprodução).
Caracu, Sindi ou Simbrasil: qual melhor raça para cruzar com rebanho leiteiro? (Foto: Reprodução).

O Giro do Boi Responde desta terça-feira (7) traz o exemplo do pecuarista Cássio Tomagushi, de Mozarlândia (GO), que possui um plantel 3/4 Holandês e 1/4 Nelore. Ele busca uma raça de dupla aptidão – Caracu, Sindi ou Simbrasil – que ofereça rusticidade sem prejuízo para a produção de leite e a capacidade de engorda das fêmeas.

Segundo o zootecnista Guilherme Marquez, especialista em gado leiteiro da Alta Genetics, o criador está no caminho certo ao buscar um tricross. No entanto, se o objetivo é manter a rusticidade, o especialista sugere cautela na escolha. Confira o vídeo completo.

Entre as três opções, a recomendação é focar em Sindi e Simbrasil, que possuem base zebuína em sua composição. O Caracu, embora seja uma raça brasileira, tem origem europeia, o que pode comprometer a adaptação ao clima da região.

Sindi e Simbrasil: a base zebuína para a rusticidade

A escolha pelo Sindi (raça zebuína pura com aptidão leiteira) ou pelo Simbrasil (raça sintética com zebu em sua constituição) é mais vantajosa para quem busca rusticidade no clima quente de Goiás. Ambas as raças são de extrema valia, pois proporcionam o ganho de heterose, que é maximizado em cruzamentos entre raças distantes, resultando em animais mais vigorosos e adaptados.

O zootecnista sugere que o pecuarista inicie um cruzamento piloto antes de migrar 100% do rebanho para uma única raça. A dica é inseminar um lote de 20 vacas, dividindo-as: 10 com Sindi e 10 com Simbrasil. O restante do rebanho deve continuar no manejo atual. O criador deve mensurar e contabilizar os resultados obtidos por ambas as raças, e a que gerar o melhor retorno deve ser a maximizada no plantel.

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Riscos do tricross e a importância da análise

Embora o tricross seja um caminho com alta heterose, ele não é isento de riscos. O especialista alerta que a distância genética entre as raças pode causar efeitos indesejáveis, como o parto distócico (dificuldade no parto) e a perda de uniformidade nas características morfológicas.

Por isso, o produtor deve analisar cada raça a ser utilizada e escolher bem as vacas. O Simbrasil, por exemplo, pode gerar uma vaca um pouco maior, enquanto o Sindi pode resultar em um animal de menor porte. A decisão final deve ser baseada em dados, garantindo que o cruzamento atenda ao triplo objetivo: rusticidade, produção de leite e capacidade de engorda.

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