
Será que a oferta de capiaçu e bagaço de cana salvam o gado? Diante da seca severa e da falta de pastagem, muitos pecuaristas estão recorrendo a alternativas volumosas para manter o rebanho. Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações na íntegra.
Foi o caso de Rogério Rocha, da Fazenda Boa Vista, em Cláudio (MG), que procurou o quadro “Giro do Boi Responde”, exibido nesta quarta-feira, 25 de junho, com uma dúvida comum em tempos de seca: será que dá resultado alimentar o gado apenas com capiaçu e bagacinho de cana?
A resposta veio do zootecnista Tiago Felipini, especialista em nutrição animal, consultor da Alcance Planejamento Rural e um dos principais embaixadores de conteúdo do Giro do Boi.
Segundo ele, é possível sim garantir bons resultados, mas o sucesso depende diretamente da suplementação correta com ração concentrada.
Fibrosos, capiaçu e bagaço exigem reforço na dieta
Felipini foi direto ao ponto:
“Capiaçu e bagacinho de cana são muito fibrosos e, no caso do bagacinho, têm baixíssima qualidade nutricional.”
Isso significa que, sozinhos, não fornecem os nutrientes e a energia necessários para a manutenção ou o desempenho produtivo dos bovinos.
A solução é simples, mas não pode ser ignorada: é fundamental incluir uma ração concentrada de base proteica e energética na dieta.
Segundo o especialista, isso compensa a baixa digestibilidade e melhora o aproveitamento dos volumosos pelo organismo dos animais.
Quantidade de ração depende do objetivo do pecuarista
A dose da ração concentrada deve variar conforme o objetivo da propriedade:
- Para manutenção do rebanho (como no caso de matrizes): usar 0,5% do peso vivo do animal em ração.
- Para ganho de peso e melhor desempenho: aumentar a dose para 1% do peso vivo.
Ou seja, se uma vaca Nelore PO pesa cerca de 500 kg, a ração deve variar entre 2,5 kg (manutenção) e 5 kg por dia (ganho de peso), dependendo da estratégia adotada pelo produtor.
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Água também faz parte da nutrição
Felipini ainda reforçou um ponto muitas vezes negligenciado: a qualidade da água.
“Não adianta ter uma dieta equilibrada e fornecer uma aguada ruim. Água limpa e em quantidade é fundamental”, destacou.
Esse alerta é ainda mais relevante em períodos secos, em que o gado precisa ingerir mais água para compensar o alto teor de fibra dos volumosos. Uma boa hidratação favorece a digestão e melhora o aproveitamento dos alimentos.
Capiaçu e bagaço de cana são aliados, mas não resolvem sozinhos
O uso de capiaçu e bagacinho de cana é, sim, uma alternativa viável em tempos de crise, principalmente quando o pasto some.
No entanto, confiar apenas nesses volumosos pode comprometer o desempenho do rebanho se não houver um plano de suplementação bem ajustado.
“O importante é entender que capiaçu e bagacinho são a base volumosa, mas não a dieta completa. O produtor precisa incluir ração para equilibrar a nutrição”, resumiu Felipini.
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