A brucelose bovina é uma doença que não tem cura, no entanto, há tecnologia, sim, para erradicá-la. O mal já afligiu muitos países produtores de bovinos de corte, mas hoje foi erradicado.
No Brasil, a doença não foi eliminada, mas está no caminho, segundo o médico veterinário Denis Antonio. Ele é gerente de soluções estratégicas da MSD Saúde Animal.
Ele falou no Giro do Boi desta segunda-feira, 18, sobre como o pecuarista pode afastar esse mal da propriedade.
O que é a brucelose bovina?
A brucelose bovina é uma enfermidade infectocontagiosa, causada pela bactéria Brucella abortus, encontrada em diversas partes do mundo.
É caracterizada por aborto no terço final da gestação e infertilidade. A transmissão entre animais dá-se por ingestão de pasto ou água contaminados com secreções e restos de parto ou aborto de animais infectados.
“A brucelose não tem cura no bovino. Uma vez infectado, é preciso fazer o abate sanitário. A bactéria é bastante agressiva”, diz Antonio.
Impactos da doença
A brucelose, uma das doenças de maior relevância sanitária e econômica da pecuária e pode levar a impactos para todo o País.
Só para se ter uma ideia, entre as consequências de um surto desse mal estão:
- a queda na produção;
- o fechamento de mercado com barreiras para exportação de carne bovina;
- a impossibilidade de trânsito de animais em todo o País.
A doença é perigosa justamente por infectar inclusive o homem seja pelo leite ou carne de bovinos doentes. Por isso, o mal precisa de uma força tarefa para a erradicação.
Como deve ser o controle?
Segundo o especialista entre as formas de controle estão a vacinação do gado, o descarte de animais infectados e, sempre que possível, fazer o monitoramento do quadro de saúde dos animais.
“Basicamente o produtor pode visualizar essa doença no seu rebanho de cria através de manifestações de aborto ou no nascimento de bezerros fracos”, diz Antonio.
Prevenção pela vacina
A forma mais eficaz de controle da doença é a partir da vacinação do rebanho. Há duas tecnologias de imunização. As vacinas B19 e a RB-51.
“A B19 pode ser aplicada em fêmeas de três a oito meses de idade. A vacina RB-51 permite uma segunda chance de vacinação para aumentar a taxa de eficácia da vacina”, diz Antonio.
Confira no vídeo acima na entrevista acima os detalhes do programa de controle dessa doença.