De acordo com um estudo de parasitologia publicado em 2014, os pecuaristas brasileiros perdem por ano quase 14 milhões de cabeças de gado por infestações de endo e ectoparasitas, como carrapatos, mosca-dos-chifres e nematoides gastrointestinais. O alerta foi reforçado nesta quarta, 06, pelo convidado do Giro do Boi, o médico veterinário e mestre em ciência animal, Rafael Moreira.
Moreira, que é gerente de produtos da Boehringer Saúde Animal, destacou que, no entanto, o problema tem solução. O primeiro passo é o conhecimento do pecuarista sobre os ciclos de vida e reprodução dos parasitos, buscando o melhor momento para o combate de cada um. Com calor e umidade, o carrapato, por exemplo, atinge seu auge reprodutivo, então o controle estratégico pode ser feito nos meses de inverno, quando sua eficiência diminui.
“De uma maneira bem simples, a chuva e o calor favorecem a reprodução da fêmea e a eclosão dos ovos. Ele se reproduz com eficácia à medida que tem chuva e calor. Então quanto mais essas condições se intensificam, mais eficiente é o carrapato em se reproduzir. Por isso é importante o conhecimento desse ciclo, estar atento às fases, a hora em que começa a chuva, o calor, porque é aí que tem que começar a combater o carrapato”, destacou. O artrópode é um dos principais responsáveis por morte de bovinos entre os parasitos, causando uma perda anual estimada em 3,2 milhões de cabeças.
A rotação de pastagens também pode ser uma ferramenta aliada no controle dos carrapatos, eliminando ovos e indivíduos que persistem nas forrageiras durante o inverno, por exemplo. “Importante dizer que quando a gente vê a fêmea, o prejuízo já foi. Você tem que tratar antes de ficar aquele animal muito infestado. A hora que você vê muito carrapato, o prejuízo já foi e vai vir muito mais”, orientou.
O veterinário acrescentou que é importante que o pecuarista tenha consciência no uso correto dos parasiticidas para evitar a criação da resistência de uma população de carrapatos ao princípio ativo. Para tanto, é preciso consultar profissionais como médico veterinários que façam a indicação da melhor molécula e apontem também o momento adequado para a aplicação dela. “Se você fizer uma conta na ponta do lápis, o investimento em sanidade é menos de 4% do custo total de uma propriedade”, calculou Moreira.
Veja a entrevista completa no vídeo abaixo: