No programa desta segunda-feira, 21, o Giro do Boi levou ao ar entrevista exclusiva com Adolfo Fontes, analista do Rabobank, realizada durante o Fórum da Pecuária Lucrativa, em Ribeirão Preto-SP. Em seu depoimento, Fontes chamou atenção para a crescente demanda do mercado externo sobre a carne bovina brasileira.
Segundo o analista, o mercado mundial de exportações de carne bovina, que hoje é de 7 milhões de toneladas, tende a aumentar em quase 30%, alcançando as 9 milhões de toneladas. Já o Brasil, que hoje atende pouco mais de 28% do mercado atual, com 2 milhões de toneladas exportadas anualmente, pode aumentar sua fatia para 33%, servindo 3 milhões de toneladas dentro de um futuro próximo. “O Brasil tem adequado a sua produção para aquilo que o mercado internacional vem pedir”, contextualizou Fontes.
Para tanto, o produto brasileiro compete ou com países que têm tradição na produção de qualidade, como Austrália e Estados Unidos, ou com produtores com preços mais acessíveis, como é o caso da Índia. Este, segundo o analista, é um motivo para que os pecuaristas melhorem a qualidade do produto final.
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GERAÇÃO Y
Adolfo Fontes falou ainda sobre alterações no perfil do consumidor, que se altera conforme o crescimento populacional e de renda. Consumidores da denominada “geração Y”, composta por jovens e adultos nascidos entre 1978 e 1990, com opinião forte e que leva a sério questões relacionadas ao meio ambiente, compõem o público consumidor com maior poder decisão no mercado atual, e é para eles que devem ser repensadas as formas de produção da proteína vermelha. “É uma geração que tende a comandar o mercado consumidor nos próximos anos. E essa geração quer saber de onde veio o produto, se teve impacto ambiental, impacto social, impacto econômico. Ou seja, toda essa cesta de fatores que correspondem a sustentabilidade estão aí na mesa do consumidor da geração Y”, alertou.
Consumo de carne bovina
O aumento de consumo da proteína vermelha, segundo Fontes, está relacionado com a renda per capita. Para o analista, é possível que, dentro de um médio prazo, a renda do brasileiro poderá melhorar e, consequentemente, elevar o consumo interno, que sofre quedas desde 2014.
Confira mais detalhes sobre as tendências de mercado na entrevista exclusiva com Adolfo Pontes.
