Boitéis de MG estão garantindo até 15% de lucro para pecuarista este ano

O Giro do Boi falou direto da Expozebu com o gerente dos confinamentos da JBS das unidades de Campo Florido e Uberaba. A expectativa supera os números de rentabilidade apresentados pelo Cepea. Confira

No ano passado, os custos da terminação intensiva de bovinos pesaram, mas mesmo assim o pecuarista que confinou teve um lucro de 6,65%, segundo os resultados financeiros do Tour de Confinamento de 2021, realizado pela fabricante de suplementos nutricionais DSM com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Cepea-USP).

Para este ano, o Cepea prevê uma taxa de lucro ainda maior, quase o dobro do ano passado, de 13,37%. No entanto, a rentabilidade pode ir até mais além, chegando a 15%, segundo o engenheiro agrônomo Osvaldo Cunha Neto, gerente das unidades de boitel da JBS de Campo Florido e Uberaba (MG). “A margem de lucro do pecuarista vai de 10% a 15% este ano nos nossos boitéis”, diz Neto.

O executivo da empresa foi entrevistado pela equipe de reportagem do Giro do Boi, direto da Expozebu, no parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). A 87ª edição da maior feira de animais de raças zebuínas voltou com força total e presencial este ano, após dois anos sendo realizada virtualmente.

Para Neto, o evento é de grande importância para o desenvolvimento de um gado que produz a carne que o mercado deseja e que é nítida a interação entre os trabalhos de julgamento de animais na pista e os bovinos terminados no cocho.

“Todo trabalho começa aqui dentro da ABCZ, que tem grandes selecionadores de raça e de genética que desenvolve e transmite esse melhoramento para dentro das fazendas, levando mais genética para um boi terminado mais cedo. Hoje o mercado procura por um boi mais jovem, com acabamento, e que é abatido entre 18 e 24 meses de idade. Os grandes importadores da nossa carne exigem essa mercadoria de qualidade”, diz Neto.

Demanda em alta e lotação máxima

Segundo Neto, a opção do confinamento tem sido uma ferramenta cada vez mais procurada pelos pecuaristas de todo o País, assim como os produtores de carne bovina em Minas Gerais. As lotações já chegaram na capacidade máxima tanto em Campo Florido quanto em Uberaba.

Atualmente a capacidade estática do boitel de Campo Florido é de dez mil animais e a de Uberaba está em oito mil, com um projeto para ampliar para 14 mil bovinos. 

“A procura pelos confinamentos da JBS vem crescendo bastante, tanto é que as nossas unidades estão todas lotadas. Particularmente todas as plantas que temos em Mato Grosso, São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará e Minas Gerais estão todas cheias, com capacidade de 100%. Isso mostra que o pecuarista vem procurando modalidades de tecnologia de terminação para terminar um boi mais rápido, do que o modelo terminado a pasto”, explica.

Programação é a chave para o pecuarista surfar nessa onda de alta lucratividade. As vagas para os confinamentos em Minas Gerais só a partir da segunda quinzena de julho. “As escalas estão todas preenchidas, pois os pecuaristas já vem reservando suas baias. A procura está muito grande este ano”, diz Neto, que finaliza dizendo que o interessado pode procurar uma das unidades, reservar suas baias, até que as vagas surjam.  

Confira no vídeo abaixo a entrevista na íntegra: