Na hora do abate de bovinos, qual o animal que te dá mais lucro: o boi ou a novilha? A dúvida é recorrente nas rodas de conversas entre pecuaristas de corte de todo o País. Além disso, há produtores que definitivamente estão se especializando na engorda e terminação de novilhas, como é o caso da história do jovem pecuarista Cláudio Vitoriano da Silva, do Sítio Santo Antônio, no município de Nova Brasilândia do Oeste, em Rondônia.
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Um estudo está prestes a pôr um fim nessa dúvida e responder aos produtores de quem vale mais – macho ou fêmea. A pesquisa é liderada pelo doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador do Polo Regional de Alta Mogiana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), que fica no município de Colina, na região de Barretos.
A reportagem é o segundo episódio da série de especiais sobre as pesquisas e inovações que a própria APTA está desenvolvendo em benefício à pecuária brasileira.
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Guerra de sexos
Segundo Siqueira, a avaliação começa com o monitoramento do próprio desempenho dos animais no pasto. Mas com uma questão muito importante, os animais são filhos do mesmo touro e que passaram pelas mesmas condições de parto e tratamento de desmama até chegar ao pasto. Agora os animais estão na fase de recria.
“Estamos comparando aqui da forma bem fidedigna e mais controlada possível a diferença do macho e da fêmea, o ganho de peso deles”, diz Siqueira.
O estudo está no começo e terá mais conclusões no abate dos animais, mas já há alguns indícios. O primeiro, a favor dos machos, é que eles têm um ganho de peso médio diário superior ao das fêmeas, de 18%. “Este aumento fica mais aparente à medida que esses animais vão aumentando sua idade, porque, quando eles são jovens, as diferenças hormonais entre macho e fêmea são menores”, diz Siqueira.
No entanto, o ponto a favor das fêmeas é sobre o quesito de ocupação no pasto. Por hectare, o número de fêmeas é 20% maior do que o número de machos. “Então você tem mais fêmeas por área, mas ganhando um pouco menos de peso do que os machos”, diz Siqueira.
Resultados preliminares
Com base no resultado observado até então, o que se pode dizer é que o ganho de peso por área entre os sexos dos animais está muito parecido. “Mas há uma leve tendência de que os ganhos das fêmeas sejam um pouco maiores”, diz Siqueira.
Apesar das diferenças entre o desempenho de cada sexo, o mercado é o que deve balizar as tomadas de decisão do pecuarista. É justamente o que este estudo quer fazer. Além de traçar os desempenhos dos animais, o intuito é criar uma ferramenta prática para o produtor fazer suas contas e avaliar qual o tipo de animal quer levar ao abate.
“Se eu fizer uma conclusão econômica hoje, daqui a 30 dias ela pode ser outra, porque o preço da reposição muda, assim como o preço da engorda muda. Por isso a gente tem de fazer a relação do que acontece”, diz o pesquisador.
“O que eu acredito é que o produtor, no futuro, à medida que tivermos esses dados, possa entender e colocar o preço em cada um desses animais, para ver qual deve ser o melhor negócio na sua situação”, diz Siqueira.
Continue acompanhando o Giro do Boi para saber os resultados deste estudo e mais novidades que estão por vir. Ao todo serão 20 reportagens especiais, de todos os ciclos de produção de carne de qualidade, que serão exibidas no programa Giro do Boi todas as sextas-feiras. O programa de TV vai ao ar de segunda à sexta no Canal Rural, às 7h00 (horário de Brasília) e no Canal do Criador, às 13h00 (horário de Brasília).
Confira a reportagem na íntegra no vídeo abaixo: