Boi gordo: saiba por que a África do Sul confina muito mais que o Brasil

Confira os detalhes disso na entrevista com o zootecnista Danilo Grandini, diretor global de marketing para bovinos da Phibro Saúde e Nutrição Animal

Sabia que a receita de sucesso do boi gordo confinado pode vir uma história de sucesso de pecuaristas lá da África do Sul? O país africano possui até condições de clima piores que as do Brasil, mas está conseguindo bons resultados na pecuária de corte.

Lá no país chove ⅓ do que chove no Brasil, no entanto, eles têm turbinado sua produção de carne bovina.

Quem apresentou esses dados foi o zootecnista Danilo Grandini, diretor global de marketing para bovinos da Phibro Saúde e Nutrição Animal. Ele esteve no Giro do Boi, nesta quinta-feira, 16.

Recentemente, Grandini esteve numa viagem técnica e constatou que a África do Sul confina 55% de seu rebanho bovino.

“Isso vem de uma demanda do consumidor que quer um produto desse jeito. Então a indústria traduziu isso numa tipificação e quem produz teve de se adequar àquela realidade”, diz Grandini.

Engorda com muito grão

A estratégia do país africano foi utilizar subprodutos do milho. O subproduto vem de indústrias que processam o cereal no País. Pode ser algo parecido com do DDG, no entanto não é o DDG.

Boi gordo: saiba por que a África do Sul confina muito mais que o Brasil
Vista de uma fazenda de cria na África do Sul. Foto: Danilo Grandini

Trata-se de um subproduto que ainda contém uma boa quantidade de amido e que está muito presente na alimentação do gado. Segundo ele, esse subproduto representa 50% da alimentação do gado. Essa deveria ser a estratégia na engorda aqui no Brasil.

“O grão deveria fazer mais parte da nossa realidade”, diz o especialista.

Custo-benefício

A dúvida do uso do grão sempre vai esbarrar na questão do próprio custo que isso teria nas contas da fazenda. A saída, neste caso, é terceirizar a engorda final dos bovinos.

Boi gordo: saiba por que a África do Sul confina muito mais que o Brasil
Boitel é uma grande estratégia para favorecer o maior ganho de peso aos animais. Foto: Divulgação

“Hoje se tem o boitel para se fazer bons negócios. Sinceramente, o pecuarista tem de pensar muito no seguinte: ‘eu preciso de tudo isso para terminar o animal?; ou posso entregar num boitel e terminar o bovino lá’. E o que é melhor? Girar ou eu ter mais animais num período mais longo?”, diz Grandini.

A resposta é justamente fazer de tudo para que o giro da fazenda seja mais acelerado. Ele até destaca que um dos desafios é acelerar o processo da recria no País.

Animais de peso

A questão é que o cereal vai turbinar os ganhos. É este alimento que está conferindo mais peso aos animais. Grandini destaca que os países que mais têm milho na dieta, produzem animais com maior ganho de peso.