O boi China foi desvendado por um time de especialistas. Eles revelaram os segredos deste mercado promissor, mas que requer muitos cuidados, inclusive por parte do pecuarista. Assista ao vídeo abaixo e confira essa história.
Produzir um “Boi China”, ou seja um bovino jovem de até 30 meses, como é o tipo de gado embarcado ao maior cliente do agro brasileiro, depende de demais questões como a sanidade e o equilíbrio ambiental.
O mercado e as tendências do Boi China foram destaque do Prosa Boa, realizado pelo Confinamento Monte Alegre (CMA), no município de Barretos (SP), durante um dia de campo.
O anfitrião do evento foi o pecuarista André Perrone, titular do CMA. O dia de campo reuniu cerca de 300 pessoas, entre pecuaristas e profissionais técnicos agropecuários.
“O grande foco é o mercado chinês. Para compartilhar com todos, fizemos esse evento para mostrar como funciona o mercado chinês, o que nós queremos com isso e por que há essa preocupação tão forte e tão grande como um animal jovem e segurança alimentar”, diz.
China: o parceiro de peso para o agro brasileiro
A especialista em relações internacionais Larissa Wachholz traçou um panorama e as tendências de oportunidades desse mercado.
Ela tem mais de dez anos de experiência com o mercado asiático. Morou em Pequim entre 2008 e 2013, e foi assessora do Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para assuntos relativos à China.
“A China é o maior cliente do agronegócio brasileiro. Hoje, aproximadamente, de tudo que o Brasil exporta produtos agrícolas, boa parte vai para a lá”, diz Wachholz.
O Brasil é responsável por ¼ de todas as compras de carne bovina feitas pela China.
Analisando a quantidade de carne bovina consumida pelo chinês, 10% sai do Brasil. Essa é uma participação relevante, segundo a especialista.
Mercado chinês requer atenção especial
Segundo a especialista, as oportunidades existem e requer um trabalho de promoção de comunicação e de marca da carne brasileira por lá.
A demanda é fundamentada pelo crescimento econômico do país asiático. São cerca de 800 milhões de chineses que passaram a diversificar a dieta com a carne vermelha.
“Podemos esperar um crescimento continuado do interesse dos chineses pelo nosso produto. Temos muitas oportunidades de agregar valor”, diz Wachholz.
Produção de carne bovina entra em novo patamar
As oportunidades para esse mercado estão à disposição do pecuarista, no entanto, elas só podem ser acessadas com a compreensão do pecuaristas de novo patamar da pecuária.
Este alerta é feito pelo zootecnista Eduardo Pedroso, diretor executivo Originação Friboi, que participou do Prosa Boa.
“Primeira divisão de campeonato requer um comportamento de primeira divisão de campeonato. A pecuária brasileira mudou de patamar. Atrás da escala de preços vem uma escalada de expectativas de entrega. O produtor de boi, o pecuarista tradicional, hoje é um empresário com uma série de demandas que até então não existiam”, diz Pedroso.
Entre essas demandas estão exigências sócio-ambientais, de qualidade de produção, precocidade do gado, eficiência na engorda dos bovinos, maior produtividade por hectare por ano e gestão de números e de pessoas.
Se o produtor entender tudo e se organizar pode participar dessa oportunidade.