O boi 7.7.7 é um dos sistemas de produção de bovinos de corte que está revolucionando a pecuária brasileira. Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes.
O Giro do Boi desta segunda-feira, 26, destacou o polo de pesquisa de onde surgiu o conceito do boi 7.7.7: o Polo Regional de Alta Mogiana, que fica no município de Colina, na região de Barretos.
A unidade é da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), que está vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
“A APTA é o braço de pesquisa do governo do Estado de São Paulo, e engloba todos os institutos de pesquisa. Também temos esse braço da APTA regional onde fazemos a multiplicação das tecnologias não só no Estado de São Paulo, mas para os demais entes da federação”, diz Flávio Dutra de Resende, doutor em zootecnia, pesquisador e diretor do Polo Regional de Alta Mogiana.
A APTA também comanda o Instituto Agronômico (IAC), o Instituto Biológico (IB), o Instituto de Economia Agrícola (IEA), o Instituto de Pesca (IP), o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e o Instituto de Zootecnia (IZ), além de 11 Polos Regionais.
Atualmente, a APTA está com 823 projetos de pesquisa em andamento e um orçamento de quase R$ 600 milhões.
O que é o boi 7.7.7?
O boi 7.7.7 é um sistema de produção de bovinos de corte no qual o animal vai para o abate antes dos dois anos de idade, com peso na casa das 21 arrobas, e bem acabado.
O sistema é chamado de ‘7.7.7’ porque são sete meses de desmama, sete de recria e sete para a engorda, ganhando em cada período 7 arrobas de carne.
“Mais do que ter de produzir sete arrobas na cria, sete arrobas na recria e sete arrobas na engorda, o conceito do animal de 21 arrobas com cerca de dois anos de idade trouxe para o setor produtivo um trabalho de juntar um monte de pesquisas, informações que existiam em centros de estudos e em universidades de excelente qualidade. Resumimos tudo isso, mastigamos e colocamos de uma forma fácil de entendimento para o produtor, para ele enxergar que ele pode fazer”, diz o doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador do Polo Regional de Colina.
“A pecuária vive de achismos. Algumas regiões em que a agricultura está entrando cada vez mais forte, mesmo aqueles fazendeiros que trabalham com agricultura e pecuária, quando eles fazem a agricultura, eles medem. Na hora que ele vira a chave para a pecuária, ele já não mensura muito. Então esse modelo 7.7.7 veio para isso. Ele veio para dar um rumo, uma direção”, destaca Flávio.
Aproximar teoria e prática
O polo de Alta Mogiana também faz estudos com gado de leite, equinos e até agricultura.
Mas quando se trata de gado de corte, o objetivo é poder avaliar ao máximo o sistema de produção com ênfase na nutrição, segundo Gustavo.
“Aqui é uma fazenda relativamente grande, então, conseguimos representar muito bem a realidade do produtor com o diferencial de podermos avaliar aquilo que amanhã pode ser tocado na fazenda de um pecuarista”, diz Gustavo.
Não é à toa que a unidade de Colina se tornou uma das grandes referências para pecuaristas e técnicos agrícolas não só de São Paulo, mas de todo o Brasil.
Os pecuaristas chegam a vir em caravanas para se atualizarem sobre as tecnologias que estão sendo criadas para elevar a régua do desenvolvimento da atividade de produção de carne bovina.