ESPECIAL CRIA

Bezerros: erros na cura do umbigo e colostragem são as maiores causas de mortes

Confira os detalhes na entrevista com a zootecnista e doutora em zootecnia Fernanda Macitelli Benez, professora do curso de medicina veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso e co-fundadora da consultoria BE.Animal

Dois erros são, de fato, críticos para o alto número de mortes de bezerros em fazendas de cria pelo Brasil. O erro na cura do umbigo, no nascimento do animal, e erro na colostragem. Assista ao vídeo abaixo e saiba os detalhes.

Quem explorou o assunto de redução da mortalidade de bezerros foi a zootecnista e doutora em zootecnia Fernanda Macitelli Benez. Ela foi a entrevistada no programa Giro do Boi desta segunda-feira, 3.

“Quando não se faz adequadamente a cura do umbigo e não faz com que o bezerro mame o colostro, a primeira causa é certamente é a diarreia”, diz Benez. 

Ela é professora do curso de medicina veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e co-fundadora da consultoria BE.Animal.

Números da mortalidade de bezerros na fazenda

Lote de bezerros com vacas em área de pasto. Foto: Divulgação
Lote de bezerros com vacas em área de pasto. Foto: Divulgação

O Giro do Boi vai destacar nesta semana, início de julho, a importância para se reduzir a mortalidade de bovinos, do nascimento até a desmama.

Atualmente a taxa de mortalidade é de 10%. Se for levado em conta que nascem por ano no Brasil quase 50 milhões de bezerros, é estimado um total de mortes de cinco milhões de bezerros até a desmama.

A perda é drástica, pois, para cada animal morto, ao menos, oito pessoas deixam de comer carne bovina por um ano.

Cuidados com a bezerrada nos primeiros dias de vida

Procedimento de cura do umbigo em bezerros. Foto: Divulgação
Procedimento de cura do umbigo em bezerros. Foto: Divulgação

As mortes podem ser evitadas com medidas simples na fazenda, como mostra a pesquisadora. A primeira delas é com a cura completa do umbigo.

A cura do umbigo deve ser feita dentro das primeiras 24 horas de vida do bezerro. A completa cicatrização deve ser acompanhada pelo peão da fazenda.

“Em geral, a cura é feita com um produto a base de 10% de iodo, e cada aplicação deve-se deixar o produto em contato com o umbigo por 30 segundos”, diz a pesquisadora.

Há casos que para a cura ser efetiva, é preciso a aplicação de um produto antisséptico por três vezes no umbigo.

Colostro: a primeira vacina da bezerrada

“Fazenda de cria também tem que ser boa de engorda”, alerta consultor pecuário
Bezerro sendo amamentado pela fêmea. Foto: Divulgação

O colostro é o primeiro leite que a vaca dá ao bezerro. Nele, estão os anticorpos que ajudarão o desenvolvimento do bovino, por isso, o colostro funciona como a primeira vacina para o animal.

Nesse sentido, é importante que o produtor certifique que o animal mame esse primeiro leite.

Segundo a pesquisadora, a mamada do colostro deve ocorrer nas primeiras três a seis horas de vida do bezerro.

Campanha “Cada Bezerro Importa”?

Para mudar a realidade dessa alta mortalidade de bezerros, a consultoria BE.Animal lançou a campanha “Cada Bezerro Importa”.

A iniciativa conta com o patrocínio da Beckhauser, da JBS e da MSD Saúde Animal.

A campanha reúne atividades teóricas e práticas, tem como estratégia disseminar as boas práticas de bem-estar animal na criação e no manejo de bezerros de corte.

O acompanhamento vai do nascimento à desmama dos animais. A ideia é poder reduzir as taxas de morbidade e mortalidade das fazendas de cria brasileiras. Clique aqui e saiba como participar.