Foi ao ar no Giro do Boi desta sexta-feira, 29, o primeiro episódio da série de reportagens que detalhará o trabalho de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) para o desenvolvimento da pecuária brasileira. A autarquia está vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e sob seu comando estão o Instituto Agronômico (IAC), o Instituto Biológico (IB), o Instituto de Economia Agrícola (IEA), o Instituto de Pesca (IP), o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e o Instituto de Zootecnia (IZ), além de 11 Polos Regionais. Atualmente, a APTA está com 823 projetos de pesquisa em andamento e um orçamento de quase R$ 600 milhões.
“A APTA é o braço de pesquisa do governo do Estado de São Paulo, e engloba todos os institutos de pesquisa. Também temos esse braço da APTA regional onde fazemos a multiplicação das tecnologias não só no Estado de São Paulo, mas para os demais entes da federação”, diz Flávio Dutra de Resende, doutor em zootecnia, pesquisador e diretor do Polo Regional de Alta Mogiana da APTA, que fica no município de Colina, na região de Barretos.
A matéria de estreia não poderia ter sido rodada em outro lugar senão no próprio Polo Regional de Alta Mogiana, que é o berço do “Boi 7.7.7”, o sistema no qual o bovino vai para o abate antes dos dois anos de idade, com peso na casa das 21 arrobas, e bem acabado. O sistema é chamado de ‘7.7.7’ porque são sete meses de desmama, sete de recria e sete para a engorda, ganhando em cada período 7 arrobas de carne.
“Mais do que ter de produzir sete arrobas na cria, sete arrobas na recria e sete arrobas na engorda, o conceito do animal de 21 arrobas com cerca de dois anos de idade trouxe para o setor produtivo um trabalho de juntar um monte de pesquisas, informações que existiam em centros de estudos e em universidades de excelente qualidade. Resumimos tudo isso, mastigamos e colocamos de uma forma fácil de entendimento para o produtor, para ele enxergar que ele pode fazer”, diz o doutor em zootecnia Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador do Polo Regional de Colina.
“A pecuária vive de achismos. Algumas regiões em que a agricultura está entrando cada vez mais forte, mesmo aqueles fazendeiros que trabalham com agricultura e pecuária, quando eles fazem a agricultura, eles medem. Na hora que ele vira a chave para a pecuária, ele já não mensura muito. Então esse modelo 7.7.7 veio para isso. Ele veio para dar um rumo, uma direção”, destaca Flávio.
Aproximar teoria e prática
O polo de Alta Mogiana também faz estudos com gado de leite, equinos e até agricultura, mas quando se trata de gado de corte, o objetivo é poder avaliar ao máximo o sistema de produção com ênfase na nutrição, segundo Gustavo.
“Aqui é uma fazenda relativamente grande, então, conseguimos representar muito bem a realidade do produtor com o diferencial de podermos avaliar aquilo que amanhã pode ser tocado na fazenda de um pecuarista”, diz Gustavo.
Não é à toa que a unidade de Colina se tornou uma das grandes referências para pecuaristas e técnicos agrícolas não só de São Paulo, mas de todo o Brasil. Eles chegam a vir em caravanas para se atualizarem sobre as tecnologias que estão sendo criadas para elevar a régua do desenvolvimento da atividade de produção de carne bovina.
Ao todo serão 20 reportagens, de todos os ciclos de produção de carne de qualidade, que serão exibidas no programa Giro do Boi todas as sextas-feiras. O programa de TV vai ao ar de segunda à sexta no Canal Rural, às 7h00 (horário de Brasília) e no Canal do Criador, às 13h00 (horário de Brasília).
Confira a reportagem na íntegra no vídeo abaixo: