Em entrevista concedida ao Giro do Boi nesta sexta, dia 08, mestre em engenharia de produção e doutor em administração Celso Lemme, consultor internacional e professor da UFRJ, apontou um dos fatores que podem fazer a pauta do bem-estar animal avançar mais rapidamente no Brasil.
“A gente não sabe fazer nada perfeitamente enquanto não começa a fazer. O bem-estar animal é um aprendizado contínuo. A gente começa de algum ponto e vai aperfeiçoando. […] A busca pela perfeição nunca pode ser uma justificativa para a inércia”, declarou.
O especialista foi convidado para uma apresentação exclusiva aos colaboradores da JBS na manhã desta sexta e confirmou que o tema ganha importância dentro de uma agenda importante para a produção de alimentos.
“É um tema que está ganhando espaço e está ganhando espaço dentro agenda da sustentabilidade, […] que também está consolidando o seu caminho, o seu espaço. Então esse é um ponto muito importante. Nós podemos conversar sobre o bem-estar animal dentro da agenda da sustentabilidade”, categorizou.
INCLUSÃO
Lemme celebrou os setores produtivos estão entendo o bem-estar do gado como uma ferramenta inclusiva. “Esse é um desafio muito bacana porque significa trocar o OU pelo E e, em vez de perguntar se nós devemos olhar para as questões ambientais OU sociais OU financeiras, nós podemos dizer que devemos olhar para as questões ambientais E sociais E financeiras”, salientou.
O avanço das discussões sobre o assunto de modo escalado é natural, conforme analisou o consultor. “Nós estamos numa transição entre gerações e gerações que têm pensamentos e sentimentos muito diferentes. Então entender primeiro que o bem-estar animal vem como um requisito de consumidores. A minha geração, e eu tenho 65 anos, olhava para os produtos quando ele estava nas nossas mãos. A nova geração de consumidores pergunta de onde vem o produto, qual foi a trajetória e qual foi a cadeia produtiva na hora que ele vai decidir consumir ou não. […] O cuidado com o sistema e com o rastreamento de produção é fundamental para alcançar esse novo consumidor que, em breve, com a passagem das gerações, será o consumidor padrão”, comentou Celso Lemme.
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MERCADO
O especialista apontou que o tema, além de definir preferências do consumidor, está se transformando também vantagem competitiva. “Hoje nós vemos, por exemplo, que no índice de sustentabilidade empresarial da bolsa de valores brasileira, a B3, incluíram o bem-estar animal como critério de avaliação de seleção das empresas que farão parte deste índice. E um terceiro ponto muito importante também, que o produtor precisa olhar, que é muito importante para o futuro dele, é que os investidores estão buscando modelos de negócios sustentáveis para colocar capital”, informou.
Em conclusão, o consultor destacou que além de sobrevivência no mercado, os avanços no bem-estar animal podem posicionar o Brasil cada vez mais na liderança dentro do tema.
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Pelo vídeo a seguir é possível assistir a entrevista completa com Celso Lemme: