
Pecuaristas, o programa Beef on dairy é uma nova modalidade de cruzamento que está ganhando força no Brasil, com um potencial de renda significativo, especialmente para o produtor de leite. O uso de sêmen de touros de corte em vacas leiteiras transforma um bezerro que seria descartado em uma fonte de ativo para a fazenda. Assista ao vídeo abaixo e entenda esta estratégia.
O programa Giro do Boi recebeu Reginaldo Rocha, gestor executivo de projetos no agronegócio e atuante na plataforma Ecco2, para aprofundar o assunto.
Ele explicou que o Beef on dairy já é sucesso nos Estados Unidos e está se espalhando pelo mundo, inclusive aqui no Brasil.
Oportunidade para o produtor de leite
O segmento leiteiro no Brasil, principalmente o de pequeno e médio porte, tem um problema: o bezerro macho. A maioria dos produtores não tem o que fazer com ele e o descarta, o que representa um passivo. O Beef on dairy transforma esse passivo em ativo.
A tecnologia consiste em inserir sêmen sexado macho de uma raça de corte (como Angus ou Charolês) em vacas leiteiras. As vantagens são:
- Qualificação do bezerro: O bezerro nasce com genética de corte e com qualidade de carne, que pode ser encaminhado para um confinamento a partir do terceiro ou quinto dia.
- Fonte adicional de receita: O bezerro se torna um ativo contínuo na propriedade, gerando mais dinheiro para o produtor.
- Redução da mortalidade: Acaba com a mortalidade desses bezerros, que muitas vezes é um problema.
- Sustentabilidade: A prática é sustentável e agrega valor à propriedade e à produção.
Reginaldo Rocha ressalta que o Brasil tem um potencial incrível para a produção, com uma grande extensão territorial e uma variedade de produção de grãos e um rebanho qualificado.
A base Gir e Girolando, que é o grosso da produção de leite no Brasil, também se beneficia do cruzamento com raças europeias.
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O sucesso do “Beef on Dairy” no Brasil
O sucesso do Beef on dairy no Brasil está em seu balanço nutricional. O bezerro de corte, oriundo de uma vaca de leite, tem uma genética superior, pois a vaca leiteira é uma máquina de metabolizar nutrientes.
Quando o bezerro nasce, ele é tratado em um regime de confinamento fechado, com uma dieta nutricional balanceada nos primeiros 60 a 75 dias de vida, o que define a terminação.
A terminação acontece num prazo de 14 a 15 meses para que o animal alcance 22 a 23 arrobas, o que é um resultado espetacular. O Brasil tem uma produção de grãos recorde, o que garante alimento farto, e os subprodutos dos grãos, como o DDG, estão bombando no país.
Para o pecuarista de leite, a iniciativa é uma forma de ter uma fábrica de bezerro atendendo o produtor de corte, melhorando a qualidade desde a genética, com total rastreabilidade, e entregando um produto de alta qualidade para os mercados.
A mentalidade de que “sempre fiz desse jeito” precisa ser mudada. O produtor precisa de coragem para testar novas tecnologias para crescer e ter uma pecuária de alta performance.
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