Associação de aditivos com ionóforos aumenta peso final da carcaça em até 16 kg

Confira resultados de experimento feito por doutoranda em zootecnia pela UEM, que comparou diferenças de desempenhos entre bovinos tratados e não tradados

Um artigo publicado recentemente por uma doutoranda em zootecnia pela Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, e que contou com o acompanhamento de uma empresa de nutrição animal de Mato Grosso do Sul, apontou que um associação entre ionóforos e aditivos naturais na nutrição animal pôde aumentar em até 16 kg o peso da carcaça de animais tratados na comparação com bovinos que não receberam o tratamento. A conclusão foi da zootecnista doutoranda Aylle Medeiros Matos, sob a orientação do professor Ivanor Nunes do Prado, e a pesquisa teve como parceira a Alltech.

Nesta quinta, dia 15, o zootecnista formado pela Unesp e especialista em nutrição e pastagens pela Esalq Carlos Zilioti, gerente de vendas da Alltech para gado de corte, falou sobre os resultados e a descoberta de que o retorno do investimento de produtores na dieta de confinamento pode ser até 25% maior quando os animais recebem nutrição sem aditivos.

“Os ionóforos, que são aditivos amplamente usados tanto em bovinos, em suínos e aves, são melhoradores de desempenho, melhorando conversão alimentar, saúde ruminal. No caso dos bovinos de confinamento, prevenindo alguns distúrbios, eles já são amplamente usados. Depois de um tempo, começou a ter associação entre dois tipos de ionóforos, ou antimicrobianos. Como empresa que trabalha numa linha de produção mais natural, já antenada ao movimento global de reduzir o uso de promotores de crescimento antimicrobianos, a Alltech foi procurada pela UEM para fazer uma avaliação para tentar melhorar esse resultado do ionóforo adicionando um pacote de aditivos”, informou.

+ Como escolher o melhor ionóforo para suplementar meu gado?

Zilioti explicou de que se trata o pacote de aditivos naturais. “A gente pôde dividir em algumas categorias, então a gente tem ali, por exemplo, leveduras vivas, que são mais específicas para atuação no rúmen. Elas vão estimular o crescimento de bactérias que fermentam fibra e consomem lactato, que pode ajudar a reduzir o risco de acidose, então o boi comendo mais vai ganhar mais peso. A gente tem alguns aditivos mais voltados para intestino, que vão atuar na absorção de nutrientes, fazendo o animal aproveitar melhor o que ele consumiu e foi digerido no rúmen, e os minerais orgânicos, para estimular imunidade, redução de estresse e a proteção de alguns desafios que a gente tem quando a gente trabalha com alto concentrado, que seriam as micotoxinas ou os fungos presentes na ração. A gente vai estar eliminando ou reduzindo o impacto disso nos animais também”, detalhou o zootecnista.

+ Uso de mineral orgânico pode reduzir em até 60% a diarreia nos bezerros

Os aditivos naturais, oferecidos em pacotes, variam de acordo com a categoria animal a ser suplementada. “Ela é proporcional ao peso vivo do animal. A gente tem duas formulações desse aditivo natural, uma para pasto, que aí o desafio é bem diferente, a gente tem outro perfil de dieta, de consumo de alimentos, e tem um outro aditivo que foi esse usado no experimento, que seria para uma inclusão de ração acima de 1% do peso vivo. Aí você tem um para pasto e um para confinamento pensando em desafios diferentes”, informou Zilioti.

Na sequência, o especialista revelou os resultados do experimento. “No grupo controle, que teve a mesma dieta dos outros grupos, mas sem aditivo nenhum – nem natural, nem ionóforos -, a gente teve um peso de carcaça final dos animais de 295 quilos. Quando a gente coloca o ionóforo, a gente aumentou cinco a seis quilos de carcaça. E quando a gente coloca o ionóforo e adiciona o aditivo natural, a gente teve um aumento de mais de 15 quilos de carcaça. Então é um desempenho muito interessante para mostrar para o produtor que o uso de tecnologia vai ter um aumento de custo, com certeza, mas ele tem que ser uma tecnologia que retorna, que paga esse investimento e tem um retorno positivo”, explicou.

“Teve 16 kg de carcaça a mais com a mesma dieta, o mesmo período de confinamento. Teve um consumo um pouco maior, como eu falei, porque os aditivos naturais estimulam o consumo de alimentos também. Porém, se a gente pegar a diferença de consumo, mais o custo desse aditivo, vamos falar que hoje esse aditivo natural custa no período inteiro do confinamento 2 kg de carcaça. […] A gente colheu 16 kg a mais. Então sobram 14 kg de carcaça, que é um bom benefício x custo para o perfil de investimento”, sustentou Zilioti. “Então a conta fecha, ainda mais com a arroba firme e crescente que a gente está vendo. É hora de produzir mais e fazer girar o estoque”, estimulou o especialista.

Apesar do custo de alimentação ter sido superior nas dietas com ionóforo + aditivo natural (Advantage Confinamento – Alltech), a margem aparente de lucro no uso dessa combinação foi a maior, o que indica maior retorno financeiro ao produtor. Na tabela, verifica-se que o uso de ionóforo + aditivo natural (Advantage Confinamento) pode aumentar o retorno ao produtor em até 25% em relação às dietas com uso apenas de ionóforos“, conta em conteúdo publicado pela companhia – acesse na íntegra pelo link abaixo.

+ Uso de soluções nutricionais naturais para produção sustentável de bovinos de corte

Diferença de desempenho de bovinos tratados e não tratados com o pacote de ionóforos e aditivos naturais. 

Leia também: 

+ Dieta, gestão, tempo de cocho: o que mudou no confinamento em 10 anos?

Confinamentos substituem o “self-service” pelo “prato feito”

Assista a entrevista com Carlos Zilioti ao vivo pelo vídeo a seguir:

Fonte: Reprodução / Alltech