A pesquisa deixa bem claro: preferia uma arroba de vaca gorda do que uma arroba de vaca de descarte. Assista ao vídeo abaixo e saiba como dar mais valor a produção na fazenda de bovinos de corte.
O tema foi o destaque de uma reportagem que foi ao ar no Giro do Boi desta segunda-feira, 2.
Entra ano e sai ano, e a história é a mesma. Se a vaca não emprenha, o melhor é mandá-la para o gancho. Mas, você, pecuarista, prefere dizer simplesmente que o animal é de descarte ou faz um trabalho de engorda desse animal antes de mandar para o abate?
O pesquisador Flávio Dutra de Resende explica que engordar essa vaca é a melhor saída para valorizar a arroba deste animal.
“O pecuarista tem de entender que vaca multípara tem de mandar para o frigorífico. Agora por que não aproveitar um pouco mais de carcaça nessa vaca”, diz Resende.
Resende é doutor em zootecnia e diretor do Polo Regional de Alta Mogiana da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). A unidade fica no município de Colina, na região de Barretos. A APTA está vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Arrobas a pasto ou no confinamento?
Uma das principais indicações é para a manutenção do escore corporal da vaca. A vaca que não emprenhou pode seguir para uma engorda a pasto ou em confinamento. No entanto, o melhor seria fazer uma terminação intensiva a pasto.
“Muitas vezes quando eu pego uma vaca nelore e a levo para um confinamento convencional eu tenho muito refugo de cocho. Esse é um problema. No entanto, no pasto, que já é o ambiente que ela está acostumada, eu posso montar uma estratégia de suplementação”, diz o pesquisador.
Alisou e tchau. Manda a vaca para o abate
Segundo o pesquisador, um trato de cerca de 40 dias tem mostrado bons resultados na hora do abate. Além de caracterizar uma carne de melhor qualidade.
“Se ela já estiver com uma meia carne, eu consigo fazer uma adaptação no pasto no ambiente onde ela está. O trabalho que fazemos aqui na APTA é como muitos pecuaristas já fazem. É o famoso “alisou, tchau”, diz Resende.
A pesquisa da unidade mostra que suplementar pouco não resolve o problema. Entretanto, com um pouco mais de investimento e de tempo de cocho, os ganhos serão maiores lá na frente.
“Fizemos uma engorda de 40 dias. Nesse período os nutrientes já estão indo para o crescimento da carcaça”, diz.
Nem mais, nem menos deve ser a engorda da vaca
Mais do que 40 dias, a coisa passa a desandar, pois, as fêmeas tendem a depositar mais gordura do que os machos.
“O ponto ideal é uma condição corporal de uma vaca, numa escala de 1 a 5, é o escore de 3,5 e 3,75. Esta é uma boa ‘alisada’ na vaca. A quantidade de suplemento vai depender da condição dessa fêmea”, diz Resende.
Por isso a receita de sucesso na engorda dessa vaca tem de se pautar no equilíbrio. Nem mais, nem menos suplementação ou dias de cocho.