
A estratégia de utilizar o Angus em matrizes Boran levanta uma questão crucial para o pecuarista Paulo Traven, de Juína, Mato Grosso: qual raça de gado de corte garante a melhor complementariedade em fêmeas já tropicais?
O zootecnista Alexandre Zadra explica que, embora o Boran já tenha uma base totalmente adaptada, o uso de uma raça europeia no cruzamento terminal deve ser feito com cautela e foco em complementariedade de porte.
O Boran é uma raça zebuína/taurina africana, conhecida por sua resistência a parasitas e sua musculosidade. As matrizes Boran já são consideradas 100% tropicais, e o criador já obteve um animal F1 tropical com o cruzamento inicial de Nelore x Boran.
Zadra confirma que o uso de um taurino como o Angus (ou outro europeu de menor porte) nesse gado meio-sangue tropical gerará 100% de heterose e manterá o conforto térmico no calor de Juína (MT).
Confira:
Acompanhe todas as atualizações do site do Giro do Boi! Clique aqui e siga o Giro do Boi pela plataforma Google News. Ela te avisa quando tiver um conteúdo novo no portal. Acesse lá e fique sempre atualizado sobre tudo que você precisa saber sobre pecuária de corte!
Complementariedade de porte e carcaça pesada
Em vez de focar apenas no Angus, o especialista recomenda que o produtor utilize raças europeias de grande porte para garantir uma complementariedade genética ideal. O Boran é um animal de pequeno porte. Ao cruzá-lo com um europeu maior, o resultado são carcaças mais pesadas e de bom biotipo.
- Foco no cruzamento terminal (machos): Para abater machos mais pesados, as opções mais indicadas são o Charolês ou o Canchim (5/8), que geram animais terminalmente superiores, com grande musculosidade e bom ganho de peso.
- Foco em matrizes (fêmeas): Se a intenção é aproveitar as fêmeas F1 como matrizes de reposição, o especialista sugere o Simental, especialmente o Black Simental (preto e mocho, similar ao Angus, mas de maior porte). O Simental é uma excelente opção de dupla aptidão.
Rusticidade e heterose garantida
O criador terá garantida a rusticidade para Juína, pois o cruzamento Boran x Nelore já estabeleceu uma base totalmente tropical.
Ao introduzir o Angus ou outra raça europeia, o resultado é um animal meio-sangue tropical que se adapta bem, ao mesmo tempo em que recebe o benefício da heterose (choque de sangue) e as características de qualidade de carne do europeu. A chave é escolher a raça que maximize o peso final do animal, dada a base de pequeno porte do Boran.
News Giro do Boi no Zap!
Quer receber o que foi destaque no Giro do Boi direto no seu WhatsApp? Clique aqui e entre na comunidade News do Giro do Boi 2.