Ao Giro do Boi desta quarta, 17, o presidente da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras – Unipasto, Pierre Patriat, falou sobre a iniciativa Semente Legal para conscientizar produtores sobre o uso de sementes de pastagens piratas.
O profissional, que é nascido na França e radicado no Brasil, falou sobre dois problemas advindos da pirataria de sementes, sendo um deles a comercialização não autorizada de uma cultivar protegida e, mais grave ainda, a entrega de um produto diferente do prometido ao produtor.
“Para mim, o mais grave de tudo isso não é só a questão de pureza da semente e não entregar dentro do padrão que foi vendida, mas sim levar algumas pragas que podem ser muito bravas. Você pode levar um fungo, […] você pode levar uma erva daninha resistente […]. Isso pra mim é muito mais grave”, alertou Patriat.
As sementes piratas podem fazer jus ao seu nome, portanto, e literalmente invadir a propriedade com pragas que saqueiam a produtividade do produtor, seja aumentando a matocompetição para as forrageiras ou carregando pragas que levam à degradação e morte de pastagem.
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Para conscientizar o produtor a respeito dos problemas derivados desta prática, a Unipasto lançou a etiqueta Semente Legal (veja exemplo na foto abaixo), que indica na embalagem dos produtos das empresas associadas – que representam cerca de 60% do mercado de sementes de pastagens do Brasil – que o produto é seguro e de qualidade.
“A Plataforma para Rastreabilidade Segura de Sementes da UNIPASTO tem como objetivo diferenciar as sementes produzidas seguindo a regulamentação […] sob solicitação e distribuída pela CEPTIS Agro. As etiquetas de segurança […] são aplicadas na embalagem pelos associados UNIPASTO OURO, permitindo que os agropecuaristas e empresários rurais diferenciem as sementes UNIPASTO das sementes piratas”, consta no site oficial da campanha.
O produtor pode verificar a autenticidade da etiqueta por algumas características visíveis a olho nu e ainda por um código rastreável que pode dar acesso a informações por meio de um aplicativo para smartphones. “Com ele, a revenda ou distribuidor ou principalmente os agropecuaristas e empresários podem verificar a origem das embalagens e das sementes contidas, tendo a garantia de estar trabalhando com produtos de qualidade, certificados em sua origem”, consta ainda no site da iniciativa.
O presidente da Unipasto avisou também que os problemas podem não afetar somente as pastagens em si, mas também carregar pragas que podem prejudicar lavouras ou florestas, cada vez mais integradas à pecuária em sistemas de ILP, ILPF e IPF.
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Patriat disse que em caso de dúvida, o produtor também pode descobrir se a qualidade da semente não é a anunciada por meio uma análise laboratorial, que custa entre R$ 120 a R$ 130 por amostra.
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Veja a entrevista completa com Pierre Patriat no vídeo abaixo: