Reconhecida mundialmente por seu marmoreio, raça ganha espaço no Brasil e já mostra resultados
Se peixe cru é no que você pensa quando relaciona as palavras “proteína” e “Japão”, é hora de conhecer a raça Akaushi e rever seu imaginário. Nativo da Terra do Sol Nascente, esse gado taurino é conhecido mundialmente pela qualidade de sua carne, que possui alto grau de marmoreio.
Aprimorada nos EUA, a raça oferece maciez, sabor e suculência superior e vem sendo utilizada no Brasil para produzir animais F1, especialmente no cruzamento com os zebuínos Nelore.
O projeto por aqui teve início há quatro anos, quando a Origine, pioneira da raça no país, começou a importar doses de sêmen da estadunidense Heartbrand Beef, do Texas, detentora do direito de uso da genética Akaushi fora do Japão.
O mercado nacional de produção de carne premium em franca expansão deu corpo à iniciativa e, em junho deste ano, pela primeira vez na história, seis machos e duas fêmeas Akaushi chegaram ao Brasil.
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A planta da JBS de Santana do Araguaia, no Pará, abateu em outubro os primeiros lotes de meios-sangues da raça. “O Grupo Bocchi, dos pecuaristas Romildo e Adenilson, fez uma parceria com a Origine que resultou nessa safra, que é de 2014. O gado é chique mesmo, e os resultados foram muito bons e a carne se mostrou muito marmorizada”, conta o originador da unidade, Dijalma Aparecido de Godoy.
As novilhas pesaram vivas 421 quilos, com rendimento de carcaça de 52% e 14,6 @ no frigorífico, com idade entre 22 e 24 meses, tendo sido confinadas durante 78 dias. Já os garrotes pesaram 503 quilos vivos e renderam 55%, pesando 18,5 @ de carcaça com a mesma idade, confinados durante 95 dias. O protocolo Sinal Verde, que remunera conforme a qualidade das carcaças, bonificou 90% dos animais do lote.
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De acordo com Carlos Eduardo Antunes de Oliveira, agrônomo da Fazenda Manah, propriedade do Grupo Bocchi onde os animais são criados, o desempenho dos meios-sangues Akaushi foi semelhante aos F1 Nelore x Angus. “Na safra de 2015 estamos apostando em resultados melhores ainda. O cruzamento foi tricross, utilizando Akaushi, Nelore e Angus”, explica.
Em Santana do Araguaia, outras propriedades, como a Fazenda Fartura, também já trabalham com o Akaushi.